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Educação quilombola é pauta em reunião entre Secretaria de Estado e Ministério Público Federal

publicado: 22/03/2023 10h10, última modificação: 22/03/2023 10h28
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O secretário de Estado da Educação, Roberto Souza, participou, nessa segunda-feira (20), de uma reunião promovida pelo Ministério Público Federal (MPF) com representantes de quilombos paraibanos e organizações afrodescendentes, para definir a criação de um Grupo de Trabalho (GT) que irá discutir o processo de construção da educação a ser oferecida nas escolas quilombolas da Paraíba. A princípio, o GT será integrado por quilombolas e pela equipe da Secretaria de Estado da Educação (SEE-PB), com possibilidade de participação de universidades.

Roberto Souza afirmou que a comunidade quilombola da Paraíba pode esperar o gabinete aberto para discussões, para que, em conjunto, possa ser construído o melhor para cada comunidade na pasta da Educação. “É para isso que existimos enquanto Secretaria de Estado da Educação que cuida do ensino público para todos. Cuidar de todos é esperar inclusão, apoio à diversidade dos povos, é pensar em construir escolas de ensino contextualizado de acordo com a demanda de cada comunidade”, afirmou o secretário.

Fátima Faustino de Sousa, representante do Quilombo Barbosas, em Pombal (PB), abordou na reunião a questão do fardamento da escola quilombola, merenda, material escolar e a necessidade das escolas nos quilombos terem merendeiras, professores, vigilantes, todo corpo escolar formado por quilombolas. Ela explicou a importância da presença de quilombolas trabalhando na escola do quilombo: “A escola precisa ser quilombola raiz. Não adianta apenas ter o nome quilombola se os integrantes da escola não são quilombolas”, disse. Fátima Faustino justificou que um professor quilombola sabe de onde veio, conhece a própria cultura e pode transmitir esses conhecimentos para os alunos do quilombo.

O quilombola Josiel Alves, integrante da Coordenação Estadual das Comunidades Negras da Paraíba (Cecneq-PB), destacou a importância de se inserir a população quilombola na discussão da temática educacional. “A criação de um grupo de trabalho com integrantes quilombolas para se debruçar sobre o tema, como foi sugerido nessa reunião, será fundamental para avançarmos na pauta da educação quilombola”, afirmou Josiel. Ele citou experiências exitosas já em curso nos estados de Pernambuco e do Pará, com professores quilombolas em sala de aula.

Outros encaminhamentos – Além da criação do GT com o objetivo de construir uma educação para quilombolas pensada por quilombolas, a reunião ainda teve como resultado o compromisso do secretário de Educação, Roberto Souza, de promover esforços para coordenar os municípios paraibanos em uma frente de aprimoramento do Ensino Fundamental nas escolas quilombolas. Outra demanda tratada foi a de recepcionar a Coordenação Estadual das Comunidades Negras da Paraíba para implantar Educação de Jovens e Adultos (EJA) nos quilombos paraibanos.