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Escola Quilombola em Pombal realiza Expoafro destacando cultura africana e afro-brasileira para moradores da região

publicado: 21/09/2023 15h03, última modificação: 21/09/2023 15h03
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Em um passo notável em direção ao reconhecimento e valorização da herança cultural africana, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio e Educação de Jovens e Adultos Amélia Maria da Luz, primeira Escola Quilombola de Ensino Médio da Paraíba, sediou a Expoafro, feira de cultura africana. O evento aconteceu no mês de agosto e foi um sucesso. Com isso, os gestores e coordenadores já estão pensando e organizando a segunda edição do evento, que deve acontecer no segundo semestre de 2024.

Originada a partir das reuniões de planejamento da escola, a ideia da Expoafro surgiu com um propósito claro: representar a ancestralidade e territorialidade de um povo que, ao longo da história, enfrentou inúmeras adversidades. 

Sob a orientação do diretor escolar, Marcio Bezerra, do coordenador pedagógico, Everaldo Ismael, e do secretário escolar Francimario Rufino, grupos de docentes, distribuídos por área do conhecimento, e os estudantes, se uniram em prol da realização de apresentações e exposições que retrataram a relevância da Cultura Africana e Afro-Brasileira.

O início do evento foi marcado por apresentações culturais que destacaram a cultura dos remanescentes quilombolas, incluindo manifestações como Ciranda de Roda, Dança Afro, Capoeira e Pontões Mirins. Seguindo a programação, houve um recital poético baseado nas obras de Jarid Arraes, uma renomada cordelista e poeta brasileira. As salas temáticas foram palco de outras atividades, abordando desde plantas medicinais de origem africana, cisternas – uma tecnologia de matriz africana, até uma conexão intrigante entre o continente africano e a Matemática.

A comunidade local e de cidades circunvizinhas teve a oportunidade de presenciar uma releitura única dos contos de fadas, onde as estudantes quilombolas tornaram-se protagonistas das narrativas tradicionais. Outra parte da exposição focou nas religiões de matriz africana, expondo máscaras africanas feitas à mão e destacando a história e crença por trás de cada peça.

“Não apenas a comunidade escolar, mas também diversas escolas, comunidades remanescentes quilombolas de Pombal e representantes de órgãos públicos e da sociedade civil visitaram a exposição, reforçando o impacto e a relevância da iniciativa”, explica o diretor Marcio.

Quando questionado sobre a importância da ação, Márcio Bezerra destaca ainda que a Expoafro foi uma oportunidade valiosa para os presentes mergulharem na riqueza cultural africana, promover compreensão, celebrar a diversidade e compartilhar conhecimento. Além disso, reforçou o compromisso da escola em continuar com o projeto pelos próximos anos.

Através da Expoafro, a Escola Quilombola de Pombal, com apoio da 13ª Gerência Regional da Educação, bem como da Secretaria de Estado da Educação, reafirma seu papel como uma instituição dedicada não apenas ao ensino, mas também à preservação e celebração da cultura. “A Expoafro foi muito importante para mim como quilombola porque pude mostrar a cultura da comunidade, a história de nossos familiares, passando conhecimento e buscando conhecer ainda mais essa cultura tão rica que existe nas comunidades. Através dela eu consegui enxergar que pessoas negras têm direitos de ocupar o mesmo espaço que um branco e também têm voz ativa na sociedade, além de conhecer a ancestralidades e contos de fadas negras”, conta a aluna Daisa Ribeiro do 3º ano do ciclo VI da Educação de Jovens e Adultos.