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Governo da Paraíba realiza Festival de Cultura Quilombola em Catolé do Rocha
Aconteceu neste sábado (25) em Catolé do Rocha, o III Festival de Cultura Quilombola. O evento é uma realização do Governo da Paraíba através da Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Prefeitura de Catolé do Rocha e com a Coordenação Estadual das Comunidades Negras e Quilombolas da Paraíba (Ceqnec).
Estiveram presentes o secretário de Estado da Cultura Pedro Santos, o secretário Executivo de Cultura, Cicinho Lima, o prefeito de Catolé do Rocha, Laurinho Maia, a secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura e o presidente do Ceqnec, José Amaro.
O secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, fez uma fala importante sobre o histórico dos recursos destinados à cultura na Paraíba e como a população quilombola tem sido uma prioridade neste governo.
"Quando a gente fala em política de equidade racial, a gente fala da luta pela garantia de direitos e falar sobre equidade é mexer em privilégios históricos. Historicamente na Paraíba, o fomento à cultura ficava apenas em João Pessoa. Quando a gente chega em Catolé do Rocha para dizer a vocês que pela primeira vez o fomento à cultura na Paraíba foi regionalizado e Catolé do Rocha teve a oportunidade de, pela primeira vez, aprovar mais de R$ 1 milhão em projetos, é porque alguém teve coragem de garantir que o dinheiro saísse de João Pessoa e ficasse também aqui nas mãos de vocês. Quando a gente diz que pela primeira vez, o estado da Paraíba está colocando R$ 9 milhões para pessoas pretas realizarem os seus projetos culturais, foi porque alguém teve coragem de destinar esse recurso para as cotas étnico-raciais. Isso tudo recorre da coragem e do compromisso desse governo com os segmentos originários e com as populações marginalizadas ao longo da história. É com muito orgulho que a gente vem aqui dizer que do valor destinado à Lei Paulo Gustavo na Paraíba, 30% está nas mãos de pessoas negras, quilombolas, indígenas e LGBTs", afirmou Pedro.
Lídia Moura, destacou a riqueza cultural das comunidades quilombolas. "É uma cultura que nos orgulha muito. A produção cultural, a produção para o artesanato e para outros produtos comercializáveis. As comunidades quilombolas da Paraíba fazem parte da nossa construção. Muito nos honra estar aqui na terceira edição deste festival que enaltece a nossa ancestralidade. Esse é o compromisso de um governo que reconhece a sua história", disse a secretária.
O prefeito de Catolé, Laurinho Maia, falou sobre a importância da ação junto ao Governo do Estado e o Ceqnec. "Essa é uma parceria importante tanto com o Governo do Estado, que é sempre presente, quanto com o nosso coordenador José Amaro que tem feito a diferença na construção do Festival Quilombola. Para a gente, é motivo de alegria. Além da visibilidade turística, reforçamos a cultura da nossa cidade e reafirmamos o nosso compromisso com os povos quilombolas", comentou o prefeito.
Para José Amaro, o Festival de Cultura Quilombola representa uma parceria importante. "Estar junto à Secult fazendo o festival da maneira que a gente pensou é muito gratificante. É de grande importância para o nosso movimento. Hoje, aqui em Catolé do Rocha, reunimos mais de 30 comunidades quilombolas que trouxeram o seu artesanato, a sua comida típica e puderam representar o nosso estado, do Litoral ao Sertão."
Cada comunidade fez uma apresentação cultural. A dança, a capoeira, a música e o reisado foram as principais representações artísticas que passaram pelo III Festival de Cultura Quilombola. As trilhas sonoras escolhidas e as histórias contadas nas encenações mostraram que o sentimento unânime entre as comunidades é de orgulho. Numa exaltação à ancestralidade, os grupos levaram músicas que remontam o nascimento dos quilombos e a diferença de gerações reforça que a identidade quilombola, felizmente, se perpetua na Paraíba.
Em meio às apresentações, uma senhora chamou a atenção do público pela alegria e disposição. Era Maria da Guia, que além de muita energia, também tem uma bagagem cheia de história para contar.
Dona Da Guia, como é conhecida, é presidente da associação do bairro São Sebastião, do Talhado em Santa Luzia, e conta que o Festival Quilombola é importante pois através de eventos como esse, as comunidades puderam se reconhecer e se reafirmar como quilombolas. O racismo que ela diz ainda sofrer, hoje é encarado com altivez, diferente de outrora, quando a unidade do movimento ainda não era tão consistente. De acordo com ela, os encontros fortaleceram a comunidade.
"Antes a gente não participava desses eventos porque não sabia quem era quilombola, não conhecia tanto as outras comunidades. Fico muito agradecida por poder participar e poder aprender muito aqui. Eu me diverti muito, sempre me divirto. Quero que a gente seja reconhecido, isso dá força ao nosso povo quilombola", disse Da Guia.