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Secties e Seap discutem execução do ‘Projeto Radiotelescópio Bingo: Esperança no Espaço’
A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) realizou, na terça-feira (8), uma visita técnica à Cadeia Pública de Esperança. O objetivo do encontro foi alinhar parcerias para a execução do ‘Projeto Radiotelescópio Bingo: Esperança no Espaço’. A ação contou com a presença de assessores da Secties e dos coordenadores, que discutiram as necessidades e os planos de longo prazo para o desenvolvimento da atividade.
O projeto é fruto de um Termo de Protocolo formalizado entre a Secties e a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária da Paraíba (Seap). Com isso, os projetos Radiotelescópio Bingo e o Esperança no Espaço se unem com o intuito de desenvolver programas que visam o incentivo da ciência, tecnologia e inovação no estado, através do fomento à divulgação e a formação científica.
Segundo o professor Amílcar Rabelo, coordenador do Projeto Bingo, a junção vai unir o que há de melhor dos dois projetos. “Juntamos esses dois projetos com a ideia de por um lado extrair as capacidades do Projeto do Radiotelescópio Bingo, que é voltado para a ciência básica e tem a parte mais educativa, junto com esse empreendedorismo educacional científico cívico que existe na cadeia de Esperança, fazendo com que um ajude e ensine ao outro. Isso não só na parte de ciência e empreendedorismo, como na ressocialização”, explicou.
O ‘Projeto Bingo: Esperança no Espaço’ ocorre através da produção de telescópios astronômicos, construídos de forma artesanal por pessoas em privação de liberdade e que são doados nas escolas públicas do Estado da Paraíba. Agora, com a parceria da Secties, através da adesão do Projeto Radiotelescópio Bingo, receberá qualificação em ensino superior e terá ampliada sua capacidade de atuação para além da unidade prisional de Esperança.
Além disso, ainda durante a visita técnica, foram discutidas a formação acadêmica necessária para a qualificação dos envolvidos no projeto e melhorias para a estruturação do laboratório e oficina onde os telescópios são construídos.
De acordo com o diretor da Cadeia Pública de Esperança, Lindemberg Lima, que idealizou o projeto, essa é uma forma de mostrar ao reeducando que é possível haver ressocialização através do conhecimento. “Além da montagem, de colocar a mão na massa mesmo, tem toda a parte teórica, não só para aprender a fazer o telescópio em si, mas também saber o básico de Física para ter autonomia na construção de telescópios no futuro, quando eles se tornarem egressos”.
Como resultado, enquanto participantes do projeto, os reeducandos têm a humanização e progressão da pena junto ao sistema penitenciário. No entanto, segundo explicou, os benefícios vão além. “É um ganho, como pessoa, aprender a ter cidadania, a fazer algo de bom para a sociedade, se tornar uma pessoa produtiva, e isso é extremamente importante no processo de reintegração na sociedade. É uma revolução ver as mudanças de vida que essas pessoas têm”, pontuou Lindemberg Lima.
O reeducando Anthony Ramos é um dos voluntários do ‘Projeto Esperança no Espaço’ e comentou que, para ele, essa é uma oportunidade de mudança. “A pessoa dentro de um lugar como esse, que é um presídio, quando tem uma oportunidade desta tem que agarrar. Temos a chance de ter tecnologia feita pelas nossas mãos que é levada para crianças e jovens lá fora. Isso é muito gratificante para cada um de nós”, comentou.