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Sustentabilidade

Parceria garante implantação de soluções sustentáveis na PB

publicado: 14/03/2019 15h42, última modificação: 14/01/2020 10h27
Universidade, setor produtivo e Governo do Estado se unem na implementação do Centro de Desenvolvimento Regional
Divulgação

Modelo de aplicação de sistema de energia fotovoltaica. Foto: Arquivo pessoal

A Paraíba é um dos três estados selecionados como região-piloto para implementar o Centro de Desenvolvimento Regional (CDR). É um esforço que integra o conhecimento acadêmico e a capacidade produtiva para aplicar soluções tecnológicas que reduzirão custos na produção. Projetos para uso sustentável de recursos hídricos, geração de energias renováveis, recuperação da vegetação degradada, apoio à agricultura familiar e economia local receberão investimentos estimados em R$ 3,6 milhões, em três anos.

A experiência será feita também no interior do Rio Grande do Sul e em São Paulo para dimensionar a ação em territórios com características sociais e econômicas diversas. O projeto é uma iniciativa do Ministério da Educação e coordenado nacionalmente pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). A sede do CDR na Paraíba é em Campina Grande e é implementado em parceria com o Governo da Paraíba e a Universidade Federal de Campina Grande.

Segundo o Secretário Executivo da Ciência e Tecnologia, Cláudio Furtado, “a formação da agenda do CDR teve início no estado em 2018, quando representantes da sociedade civil, governo e universidades de municípios da região de Campina Grande se reuniram em fóruns. Os participantes identificaram o que falta para produzir com mais eficiência, menos desperdício e ter melhores resultados”.

A coordenação do CDR analisou mais de 450 projetos acadêmicos afins a tais demandas e pré-selecionou as propostas. Sete projetos estão sendo analisados em mérito pela Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) e em breve os resultados serão publicados pela Secretaria Executiva Estadual de Ciência e Tecnologia: 1) Disseminação do uso de energia solar de forma comunitária e compartilhada; 2) Estratégias de conservação e recuperação de áreas degradadas; 3) Sistema simplificado de irrigação localizada por capilaridade; 4) Reuso da água proveniente de esgoto doméstico tratado; 5) Ações e estratégias para o fortalecimento dos pequenos empreendimentos agroindustriais; 6) Microgerador eólico de baixo custo; 7) Estratégias de conservação e recuperação de áreas degradadas.

Furtado informou que os projetos selecionados receberão ainda este ano uma estimativa de R$ 1,6 milhão, por meio do CNPq e da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes). A carteira será administrada pela Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq-PB), que acompanhará a implementação dos projetos. “Serão investidos mais cerca de R$ 2,4 milhões em três anos. Os trabalhos terão acompanhamento e passarão por avaliações de forma que o governo federal aprimore o programa para implantar em nível nacional”, declarou o Secretário.

 

Projetos visam retorno social

 

Os projetos paraibanos melhores posicionados no ranking foram aqueles com alto retorno social. Dentre eles, o projeto “Disseminação do uso de energia solar de forma comunitária e compartilhada”, que visa à capacitação técnica, aplicação e articulação política para o uso descentralizado de energia solar fotovoltaica, coordenado pelo professor do IFPB, Walmeran Trindade.

“O projeto se estrutura em três bases de conhecimento para fazer a instalação de pequenos sistemas de geração de energia em propriedades rurais familiares, pequenos empreendedores, escolas; em cooperativas de compartilhamento de energia a serem criadas. E a fase final é buscar o envolvimento de prefeituras de pequenos municípios para que façam a adesão a esses sistemas de geração de energia”, explicou o professor Walderan Trindade.

 

Tríplice hélice e desenvolvimento regional

 

Conforme o coordenador do CDR na Paraíba, Gesinaldo Ataíde Cândido, professor na Universidade Federal de Campina Grande, estudos feitos por organizações europeias em países da Europa e das Américas apontaram que a grande maioria de experiências nas políticas para geração de pesquisa e desenvolvimento regional fracassam; as poucas que deram certo trabalharam de forma integrativa com a academia, o poder público e o setor produtivo.

No Brasil, o então Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Paulo Barone, tomou conhecimento desses estudos em 2016 e se mobilizou para viabilizar a criação dos Centros de Desenvolvimento Regional cujo objetivo é dar mais evidência para as universidades de forma que elas sejam capazes de articular projetos com as duas outras vértices da hélice tríplice. “Nosso foco é gerar desenvolvimento regional e sustentável. Fazer com que as universidades interajam com as demandas locais, com o governo local e com os setores produtivos locais”, explica Cândido.