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Paraíba perdeu mais de 2,7 mil hectares de vegetação em 2020

publicado: 19/07/2021 20h26, última modificação: 19/07/2021 20h29
Segundo Relatório do Desmatamento, quase todos os alertas registrados no ano passado ocorreram em área de Caatinga
Desmatamento

Documento revela que 34% da área desmatada no estado ficava em locais protegidos pelo Código Florestal (Foto: Mano de Carvalho)

O sistema de alertas de desmatamento, degradação e regeneração de vegetação nativa MapBiomas apresentou nesta sexta, (16/07) o relatório do do Desmatamento no Brasil 2020 com enfoque na Região Nordeste. Nessa região, o sistema registrou 10.687 alertas de desmatamentos nos quatro biomas existentes (Caatinga, Cerrado, Floresta Amazônica e Mata Atlântica), somando uma área total desmatada de 352.006 hectares. É como se um pouco mais de  um município e meio de João Pessoa fosse suprimido (IBGE). Em média foram detectados 20 novos desmatamentos por dia. Até o ano de 2019 os dados na Caatinga eram escassamente monitorados.

Com a implementação do sistema SAD-CAATINGA, revela-se que o território paraibano sofreu com a perda de 2.756 hectares de vegetação que foi arrancada em 2020 e 34% dessas áreas estavam em locais protegidos pelo Código Florestal (áreas de preservação permanente, nascentes ou reservas legais). Foram 367 alertas, todos na Caatinga, com exceção de apenas dois na área de Mata Atlântica. Foram detectados desmatamentos em 102 municípios. O município de Bernardino Batista, quase divisa com o Ceará, teve a maior área desmatada, 95,3 hectares. Em Cuité foram 84 hectares.

Houve um aumento de 143% de desmatamento de 2019 para 2020 em toda a Região Nordeste. Dos 1.793, foram registrados focos de desmatamento em 1.104. Os estados onde as áreas desmatadas são maiores são o Maranhão (167.366 hectares) e a Bahia (108.315)

MapBiomas reúne dados de 11 sistemas para geração de alertas no Brasil

O MapBiomas tem o objetivo de mapear as transformações dos ambientes naturais ao longo do tempo, no território brasileiro e conta com a parceria de diversas instituições. Há 11 sistemas no Brasil, gerando alertas, que, integrados pela MapBiomas são processados com maior agilidade e publicados em uma única plataforma. Contudo, até o ano de 2019 não havia disponível no Brasil sistemas eficientes de monitoramento da Caatinga, o que levou o MapBiomas a desenvolver um sistema próprio que começou a operar em 2020, o SAD Caatinga.

O Consórcio dos Governadores do Nordeste, Consórcio Nordeste, é parceiro do MapBiomas para a promoção dos dados de cobertura e uso da terra e para o uso do monitoramento do desmatamento. O presidente do Consórcio Nordeste, e governador do Piauí, Wellington Dias, acompanhou a apresentação do relatório e declarou que o Comitê Científico do Consórcio Nordeste trabalha ancorado em uma rede de especialistas e cientistas em todas as áreas da ciência, inclusive na área das políticas voltadas para o meio ambiente. O objetivo é “organizar o conhecimento como ponto de partida para estruturar uma política sustentável; buscar em cada estado  experiências exitosas que possam ser implantadas em outros estados do Nordeste e buscar a unidade federativa”.

Para Tasso Azevedo, coordenador Geral do MapBioma,o Consórcio Nordeste já é um grupo organizado e tem maiores condições de criar uma sistemática de providências em relação ao desmatamento de forma a montar o fluxo capaz de gerar em escala o embargo das áreas com indício de ilegalidade.