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Paraíba é destaque no Ranking da Competitividade
Secretário-executivo Claudio Furtado
Em quatro anos, a Paraíba pulou do 15º lugar para o 8º no pilar “Inovação” do Ranking da Competitividade dos Estados, uma ferramenta que fornece uma visão da gestão pública estadual usada pela organização não governamental Conexão Liderança Pública (CLP). A Paraíba é o quarto estado do Brasil a realizar mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento, em 2018. A avaliação leva em consideração investimentos realizados em pesquisa e desenvolvimento (P&D), o número de depósito de patentes e a produção acadêmica.
O Ranking é um sistema de avaliação da administração pública; fornece subsídios para um diagnóstico preciso. Com isso, a população pode avaliar a gestão do seu estado. As colocações corroboram o crescimento em investimentos na área de Ciência e Tecnologia (C&T). Dados do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação apontam que a Paraíba foi o terceiro estado brasileiro que mais investiu em C&T em 2016, um percentual de 1,85% em relação às suas receitas totais, 2016. O primeiro foi São Paulo e o segundo foi o Paraná.
Para o Secretário-executivo da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Cláudio Furtado, as aplicações em C&T trazem resultados a médio e longo prazo. “Algumas inovações são disruptivas – e podem gerar a inovação naquele momento presente. Outras são processos de pesquisa que se desenvolvem ao longo de anos. Um exemplo: O LED vermelho, descoberto na década de 1960; nos anos 1970, descobriu-se o verde. Mas quando se chegou ao azul, no início dos anos 1990, foi possível formar o disco de cores e fabricar TV com tela de LED. Foram 30 anos de pesquisa. Já uma TV com ponto quântico, com imagem de altíssima resolução, é o resultado de uma pesquisa iniciada nos anos 2000 e ninguém esperava que teria uma aplicação tão rápida, como agora, quando se encontra no mercado as TVs ‘OLED’”.
Os registros de patentes também afloraram no Estado da Paraíba. Conforme a Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) houve um aumento de 164% no número de patentes depositadas entre 2016 e 2017, com um total de 177 pedidos em 2017, à frente de outros estados do Nordeste, como Ceará (169) e Pernambuco (153). Os destaques são a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), com 70 pedidos em 2017, e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com 66. A soma das duas instituições paraibanas superou os depósitos feitos pelas universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (USP) juntas.
A Paraíba é o 1º estado do Nordeste em produção acadêmica e o 7º colocado do país no Ranking da Competitividade. Esse é o reflexo de uma estrutura de ensino superior e tecnólogo - mais de 30 unidades no território paraibano, do Litoral às divisas com outros estados.
O professor Gesinaldo Ataíde Cândido, coordenador na Paraíba do Centro de Desenvolvimento Regional, disse que ao fazer uma busca por trabalhos acadêmicos na Região de Campina Grande para seleção de projetos, se deparou com mais de 450 trabalhos. “Contando apenas com os que tinham aplicabilidade nos municípios daquela região”, ressaltou.
Como avalia Cláudio Furtado, a integração entre o conhecimento acadêmico voltado para a busca de soluções à problemas locais com o setor produtivo é essencial para o desenvolvimento. “ A inovação é um fator tipico do setor produtivo, da indústria. Por mais que a comunidade científica gere patente, a patente ainda não é um produto. E a inovação vai ser gerada por empresas que farão uso dessa patente para produzirem algo inovador. Por isso é tão importante manter programas de apoio a startups, programas de subvenção econômica. Por que esses programas tem que ser feitos pelo governo? Porque são empreendimentos de risco. E o empresário não quer investir em risco. O desafio é aliar o conhecimento que surge na academia ao setor produtivo: fazer com que a pesquisa gere PIB.”