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MEIO AMBIENTE

Mudanças climáticas são debatidas em evento promovido pelo Governo do Estado

publicado: 07/12/2022 00h00, última modificação: 12/12/2022 12h32
Panorama das Políticas Climáticas na Paraíba e no Nordeste reuniu especialistas e estudantes durante três dias em João Pessoa
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O secretário Cláudio Furtado fala na abertura do evento/ foto: Delmer Rodrigues
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O secretário executivo Rubens Freire fala no terceiro dia do evento/ foto: Delmer Rodrigues
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Jean-Pierre Ometto apresenta palestra no evento/ foto: Delmer Rodrigues
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Carlos Nobre, do Inpe, falou no evento por videoconferência/ foto: Delmer Rodrigues
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Renato Félix

 

Foi realizada dos dias 5 a 7 de dezembro o Panorama das Políticas Climáticas na Paraíba e no Nordeste, evento promovido pelo Governo da Paraíba, através da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT) e pela Secretaria de Estado da Infraestrutura, dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente (Seirhma) no auditório do Sebrae, em João Pessoa. O evento discutiu os problemas ocasionados pelas mudanças climáticas e apresentou ações desenvolvidas na Paraíba e no Nordeste. Em todos os dias, além de especialistas e integrantes de órgãos governamentais e de entidades, o auditório contou com a presença de estudantes da Rede Estadual de Ensino.

“Aqui poderemos ver como políticas públicas podem ser implementadas do ponto de vista de cada setor aqui representado, para daí tirarmos uma construção de uma política que vai ditar o que o Governo do Estado e a sociedade civil podem trabalhar nos próximos anos”, disse o secretário Cláudio Furtado, da Educação e da Ciência e Tecnologia, na abertura oficial, realizada na manhã da terça, 6.

“Espero que seja um começo e que a gente possa no futuro realizar um evento ainda maior, com a participação de ainda mais instituições. A gente precisa discutir melhor esses temas e entender melhor essa situação”, disse o secretário Deusdete Queiroga, da Infraestrutura, dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente, na mesma ocasião.

Jean-Pierre Ometto apresenta palestra no evento/ foto: Delmer Rodrigues

Jean-Pierre Ometto apresenta palestra no evento/ foto: Delmer Rodrigues

 

A primeira palestra na terça foi do professor Jean-Pierre Ometto, pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com o tema “Pegada e sequestro de carbono – é possível alcançar o net zero?”. “Pegada de carbono expressa as emissões de carbono na atmosfera que contabilizam a atividade humana”, explicou ele, que já havia ministrado uma oficina na segunda para apresentar a plataforma Adapta Brasil. “O tal do ‘net zero’ é zerar as emissões líquidas”.

Durante o dia também falaram ao público o professor Carlos Nobre (Inpe), por videoconferência, Robson Barbosa, secretário executivo de Energia da Seirhma, o professor e jornalista Laerte Cerqueira, o professor Newmark Carvalho (Senai), o engenheiro ambiental José Janduí Junior (Semam/JP) e Max Almeida (Climate Safe). Transição energética, energia eólica e módulos fotovoltaicos foram alguns dos assuntos tratados.

A manhã ainda teve a apresentação com o quinteto de cordas do Prima e, no hall do auditório, uma feirinha colaborativa, incluindo artesãos que trabalham com material reciclável.

 

Governos estão se posicionando

 

No terceiro e último dia do evento, temas como “sequestro de carbono”, “net zero e créditos de carbono” e “plano ABC – Agricultura de baixo carbono” foram discutidos. Falaram ao público do auditório do Sebrae, em João Pessoa, especialistas como os professores Gonçalo Pereira, do Instituto de Biologia da Unicamp, Cleber Salimon, da UEPB, e Rômulo Menezes, da UFPE. 

O secretário executivo Rubens Freire fala no terceiro dia do evento/ foto: Delmer Rodrigues

O secretário executivo Rubens Freire fala no terceiro dia do evento/ foto: Delmer Rodrigues

 

“A percepção do ponto de vista da ciência é bem antiga”, explicou o professor Rubens Freire, secretário executivo de Ciência e Tecnologia, que também falou ao público na quarta-feira. “Começa por volta de 1850 com um trabalho desenvolvido por um prêmio Nobel de química, Svante Arrhenius, que percebeu que o CO2 produz esse efeito estufa e que isso levaria, em escala global, ao aquecimento da Terra”.

Embora isso não fosse um problema imediato naquele tempo, tudo começou a mudar quando o petróleo passou a ser explorado e a industrialização surgiu e acelerou. Atualmente eventos climáticos extremos têm acontecido com frequência cada vez maior por causa do aquecimento global, causando efeitos sociais e na economia. “Isso tem levado os governos a se posicionarem”, conta ele.

A Seect, através da Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia, já vinha realizando eventos para colocar o assunto das mudanças climáticas em pauta na Paraíba. Já foi apresentada uma série de lives com especialistas pelo canal da secretaria no YouTube (e que ainda estão disponíveis para serem assistidas) e realizado um fórum paraibano sobre o tema. Agora, um fórum nordestino está em preparação.

Eventos como o Panorama das Políticas Climáticas tem a ver com informação e com formação, para, a partir daí, gerar as políticas públicas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. “O cenário é perigoso. O que tem sido dito é que, se não tomarmos providências agora, os eventos climáticos extremos ocorrerão em maior quantidade e intensidade. Uma das consequências de tais eventos climáticos, como uma seca prolongada, é a fome. Ela ocorre pela queda na produção e também pelo sistema de distribuição global de alimentos”, afirma o secretário executivo.