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Estado elabora estratégias para aplicar tecnologia na educação
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“A tecnologia é como se fosse um fetiche: todos falam, todos querem usar. Mas, de fato, entre tantas opções disponíveis, tantos recursos, ferramentas, equipamentos, qual será a melhor escolha? Qual será mais eficiente, trará o melhor custo-benefício? Qual despertará o interesse dos professores em aplicá-la na aprendizagem e irá extrair a melhor resposta do aluno?” As indagações são parte da reflexão do Secretário Estadual da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Aléssio Trindade diante dos desafios para a melhoria do Ensino Básico no estado.
Com os olhos voltados para o futuro, vivendo, já no presente, as transformações advindas do desenvolvimento tecnológico, a Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT) traça estratégias inovadoras para superar desafios que se impõem desde o passado: aumentar os níveis de aprendizado em português e matemática; conter a evasão escolar; e aumentar a qualidade de conectividade às redes de computador. A tecnologia, inserida nessa visão, não é apenas o meio, mas também o fim.
As transformações iniciam dentro da própria reorganização da estrutura executiva do Estado, com a alocação da Secretaria-Executiva da Ciência e Tecnologia na pasta da Educação. Com essa integração, a Educação potencializa os programas que já estão em execução e os insere em uma estratégia mais ampla, envolvendo a ciência e a tecnologia.
Aléssio Trindade informa que está em formação na SEECT a Comissão de Inovação e Tecnologia Educacional da Paraíba, com integrantes de diversos setores da Secretaria, “a fim de organizar, tanto essa integração da ciência e tecnologia à educação, quanto construir, de forma inovadora no país, um plano de inserção de tecnologia para a aprendizagem na rede estadual de ensino”. A elaboração desse plano conta com a parceria do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB).
A Analista em Educação do CIEB, Larissa Santa Rosa, explica que o Centro fará o apoio técnico da elaboração do Plano, a partir da reflexão e equilíbrio das 4 dimensões: a visão e a integração pedagógica, a infraestrutura da escola quanto aos equipamentos e à conectividade, a formação dos professores e os recursos educacionais. “Nesse primeiro momento estamos mapeando as ações que envolvam tecnologias para a aprendizagem já em andamento na Secretaria; o próximo passo é definir os desafios educacionais a partir do diagnóstico da rede e direcionar que ações potencializam os projetos e programas já executados e a implementação de outras ações, mediadas pela tecnologia, que possibilitem superar os desafios da rede”, ressalta Larissa Santa Rosa. Uma vez completado o processo, o monitoramento e a avaliação são fundamentados nos resultados demonstrados por dados e no cumprimento das metas.
Recursos serão adequados conforme necessidades
O plano de Inovação e Tecnologia Educacional da Paraíba irá promover o uso da tecnologia educacional em sala de aula, de forma cotidiana, efetiva e em sintonia com as competências do século XXI. Mais do que ter conexão à redes de computadores e smartphones, as escolas apresentarão aos alunos uma visão do que é tecnologia, com orientação de professores conhecedores do tema, contando com uma infraestrutura adequada.
A tecnologia poderá ser usada como um equipamento, como recurso educacional, ou como formação. Uma vez definido qual o tipo de pensamento em tecnologia se quer desenvolver junto aos alunos, busca-se o tipo de formação que o professor tem que ter e que o recurso que proporcionará o melhor resultado.
Antes de definir a tecnologia, o plano considerará as opiniões dos professores, os projetos pedagógicos das escolas, para, então, adequar a tecnologia a ser inserida nas escolas. “Talvez nós encontremos soluções prontas para as necessidades identificadas; caso contrário, criaremos a solução, em parceria com as universidades. Não podemos esquecer que existe tecnologia gratuita, os recursos educacionais digitais… A diferenciação se dará pela forma integrada em sua aplicação”, fala Aléssio Trindade.
Esta é uma iniciativa nova, no Estado. Buscando apoiar entes públicos no processo de seleção e incorporação de tecnologias educacionais o CIEB formou acordo de cooperação técnica em três estados no Brasil: na Paraíba, em Santa Catarina e em São Paulo. Depois de avaliar as experiências, e dados os ajustes necessários, o Governador João Azevêdo disponibilizará essa metodologia para os estados do Consórcio Nordeste.
Ações pedagógicas conectáveis já estão em curso
Hebertty Vieira Dantas, Coordenador Geral do Pronatec e Paraibatec da SEECT-PB, apresentou para os Secretários, gestores da SEECT e do CIEB, um esquema detalhando o panorama sobre o qual o Plano de Inovação e Tecnologia Educacional da Paraíba, será implementado.
Dantas menciona a modernização das atividades educacionais, acompanhando o movimento mundial: “Quando me refiro a ‘moderno’, falo daquilo que foge ao tradicional; são metodologias ágeis, interativas, que incentivem os alunos a fazer e não somente receber pronto. Desenvolvimento de competências da tecnologia, de autonomia; chamando atenção para a competência socioemocional”, explica Hebertty Dantas.
Nesse prospecto, ganha destaque as “Ações Pedagógicas Potencialmente Conectáveis” já em curso. Entre as experiências que têm apresentado resultados positivos, Herbertty fala dos Centros de Referência em Inovação da Aprendizagem: escola de Ensino Fundamental - Anos Iniciais, um modelo de escola em período integral, com método didático e administrativo próprios; do Programa Giraparaíba, pelo qual os professores que fizeram intercâmbio no exterior transferem o conhecimento, as técnicas aprendidas, aos colegas. E ainda, o “Se Liga no Enem”, o Paraíbatec e o “Escola Conectada”.
“Os alunos e professores usam tecnologia diariamente. O problema é que, muitas vezes, os recursos tecnológicos usados pela escola não estão relacionados a esse cotidiano. “Com esse plano estaremos unindo essas duas pontas”, considera o Secretário Aléssio Trindade.