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Saúde
Comitê lança plataforma de combate ao coronavírus
Miguel Nicolelis
Márcia Dementshuk
O Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste (C4NE) lança a plataforma do Projeto Mandacaru, uma plataforma virtual de colaboração voluntária para o enfrentamento à covid-19. Cientistas, pesquisadores, estudantes, professores, profissionais da saúde, exatas ou humanas irão interagir neste ambiente virtual com o objetivo de construir conteúdos com base científica para subsidiar as recomendações finais emitidas pelo C4NE. Consequentemente, o projeto dará subsídios para o combate às notícias falsas e à desinformação, gerando uma ecossistema de informações seguras para o público em geral, em meio à tantas incertezas quanto ao novo coronavírus.
De acordo com o cientista Miguel Nicolelis, um dos coordenadores do C4NE, a plataforma funcionará como “um gigantesco laboratório virtual”. Ele assegura que “mais de 1.200 pessoas já estão trabalhando virtualmente. O alcance ultrapassa as fronteiras brasileiras e ganha colaboradores de vários países agindo conjuntamente – produzindo, curando material, traduzindo conteúdos, gerando estudos, modelos, coletando a literatura específica, entre outras tarefas”.
A arquitetura da Plataforma Mandacaru acompanha a organização do C4NE, dividido em nove subcomitês temáticos. Cada subcomitê do C4NE é coordenado por representantes dos nove estados nordestinos. Para entrar na plataforma os colaboradores solicitam o registro indicando o subcomitê de maior afinidade e passam a atuar com outros colaboradores dentro desse subcomitê.
As pessoas interagem pela plataforma no subcomitê como em uma sala de reuniões virtual – um chat. Elas trocam ideias entre si, depositam artigos, análises, resultados, trocam informações e fornecem resumos. Os documentos depositados podem ser acessados por todos os participantes daquele subcomitê.
Completado o processo de construção do documento no subcomitê ele é encaminhado aos subcomitês correspondentes do C4NE para, então, passarem por mais uma análise conclusiva feita pelos integrantes da Comissão Científica. Finalmente, obtendo-se o consenso, eles serão publicados no site do C4NE para acesso gratuito do público geral. E ainda, as recomendações finais do C4NE divulgadas por Boletins tem como base esses documentos. Também são geradas notas técnicas com maiores especificações.
“Dentro da plataforma as pessoas revisam trabalhos, geram modelos matemáticos, estudam especificações e equipamentos para selecionar os casos mais viáveis; podem levantar todas as informações necessárias para descrever o vírus; levantar todos os casos disponíveis de projetos de vacina, os estudos mais promissores. A intenção é criar uma gama de materiais que podem ser usados pelo Comitê Científico”, exemplifica Nicolelis.
A plataforma Mandacaru já demonstrou a eficácia ao gerar todos os modelos matemáticos usados, até o momento, pelo C4NE – análises de risco, análises de regiões mais vulneráveis, sub-regiões do Nordeste que merecem uma atenção maior.
As recomendações do Comitê Científico de Combate ao Coronavírus (C4NE) têm orientado as decisões, não só dos governadores dos Estados do Nordeste, que criaram o Consórcio Nordeste no ano de 2019, como também aqueles que estão à frente de instituições, hospitais, Corpo de bombeiros, organizações da sociedade civil que providenciam doações, enfim, as entidades envolvidas diretamente com o combate à covid-19. Para além destas orientações, as informações publicadas pelo C4NE evitam a proliferação das fake news no momento em que esclarecem por meio de dados científicos os procedimentos eficazes para a população atravessar a pandemia diminuindo os efeitos negativos.
Registro na Plataforma Mandacaru
As pessoas podem se registrar por meio do site comitecientifico-ne.com.br/colaboradores ou enviar um e-mail diretamente para nicolelis @isb.org.br. O candidato receberá o retorno por e-mail com as orientações, permitindo a interação no subcomitê virtual.
Subcomitês
1) Sala de situação: produzirá um clipping cientifico, coleta e análise de dados, aplicativos e suporte TI, simulações, estimativas e cenários, logística e comunicação pública.
2) Protocolos de assistência medica e ambulatorial, clinica e terapêutica, estudos clínicos, desenvolvimento de drogas.
3) Equipamentos hospitalares, ventiladores e alternativas, EPI e insumos, recursos hospitalares, e de UTI.
4) Interação entre indústria, startups e laboratórios, e unidades de pesquisa locais.
5) Fomento a redes de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, fontes de recursos e novas linhas de financiamento.
6) Contatos nacionais e internacionais.
7) Virologia, vacinas e diagnóstico laboratorial.
8) Políticas públicas de intervenção (medidas econômico-sociais)
9) Epidemiologia, modelos matemáticos e medidas de enfrentamento.
Comunicação e mídia
Arte digital
Rede social