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Empreendedorismo

Centelha chega à terceira fase e revela perfil de participantes

publicado: 29/12/2019 00h00, última modificação: 02/01/2020 12h20
Serão selecionados 28 projetos de empreendimentos de base tecnológica que receberão recursos de até R$ 60 mil
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O Programa Centelha Paraíba chega à terceira fase, quando serão selecionados os 28 projetos de empreendimentos de base tecnológica que receberão até R$ 60 mil em subvenção do Governo Federal e Estadual. No total, serão investidos na Paraíba cerca de R$ 1,7 milhão, sendo 570 mil de contrapartida do Estado. Estão concorrendo 101 ideias que comprovaram a viabilidade do negócio proposto. O resultado final será dia 26 de março de 2020, depois da interposição de recursos, caso não haja alteração do cronograma. Dados do programa na Paraíba, revelados pela Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq), traçam o perfil do empreendedor desse setor no Estado e apontam que propostas registradas por mulheres são minoria.

O Centelha estimula a criação de empresas com propostas inovadoras que tragam soluções e melhoria de vida para a sociedade. É promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), operada pela Fundação CERTI e executada na Paraíba pela Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia (SEECT) e Fundação de Apoio à Pesquisa (Fapesq).

O processo de inscrição na Paraíba iniciou em junho de 2019 com 540 ideias cadastradas até o término do prazo. Os projetos passaram por duas fases nas quais contaram com oficinas para orientação e esclarecimentos realizadas pela equipe técnica da Fapesq.

No próximo dia 8 de janeiro de 2020 os 101 finalistas estão convidados para participar de um workshop em João Pessoa, no Shopping Sebrae. Estão confirmadas palestras com Nilton Silva, Diretor-Geral da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, que falará sobre Inovação e Tecnologia; Bruno Cruz da consultoria financeira Abra Cadabra, sobre Gestão Financeira; Carlos Eduardo Novinho, da Aceleradora Avati, irá tratar do impacto dos negócios de base tecnológica; e com integrantes da Fapesq. No final de janeiro está planejada a realização de outro evento semelhante em Campina Grande, em data e local a serem definidos.

O cronograma do projeto prevê que os 28 ganhadores têm até o dia 27 de maio de 2020 para constituir a empresa, caso não tenham CNPJ e inserem os documentos na plataforma do Centelha. A contratação dos projetos de fomento com a Fapesq até 18 de junho. E ainda, caso haja desistências ao longo dessas etapas, os suplentes serão chamados até o dia 19 de junho.

 

Dados do Centelha-PB revelam perfil do empreendedor na PB

 

Em um universo de 540 inscritos, os indicadores do Programa Centelha Paraíba revelados pela Fapesq desenham um retrato do perfil dos empreendedores em atividades que empregam a tecnologia na atividade.

Roberto Germano, presidente da Fapesq, destaca a concentração de ideias em João Pessoa e em Campina Grande, o que não reflete o esforço educacional das instituições de  Ensino Superior, com 33 pontos em municípios do interior. “Esperávamos mais projetos oriundos de municípios do Sertão, de onde vieram 25 propostas”, diz Roberto Germano. Outras 2 ideias foram da Região da Borborema; 210 do Agreste Paraibano, que inclui o município de Campina Grande; e 302 da Região da Mata, onde está a Capital, João Pessoa.

Roberto Germano ressaltou ainda a concentração de tecnologias sociais - aquelas empresas destinadas a solucionar algum tipo de problema social: 135 ideias estão classificadas nesse tipo de atividade. O setor de TI e Telecom também despontou com 123; e Saúde e Bem Estar, 117.

“O Centelha tem a característica de ser um edital pedagógico porque foge do tradicional. Se dá em várias fases onde se formam elementos estruturantes: começa com uma ideia, passa para um projeto, realiza o plano de negócios e, enfim, cria-se a startup. É como se atuasse como uma formação de empreendedores que resultará em empresários executando um plano de negócios promissor”, afirma Germano.

 

Mulheres são minoria em propostas no Centelha PB

 

Ainda que seja uma política pontual, o Programa Centelha registrou, na Paraíba, uma baixa participação das mulheres: 28,9% das 540 ideias foram inscritas tendo mulheres à frente do grupo, como responsáveis (alguns projetos têm mais de um participante). Para Roberto Germano, presidente da Fapesq, o fato reflete a baixa participação da mulher na ciência e na tecnologia. A  Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), aponta que o percentual de mulheres ingressantes em cursos de nível superior da área de tecnologia, em 2016, foi em torno de 10% a 12%.

“Como o Centelha abarca a tecnologia como base do negócio, vemos a relação estatística da PNAD com o exemplo demonstrado pelo Centelha. Por isso damos importância a ações que consideram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS/ONU), os quais abordam esse tema para combater disparidades como essas”, ressalta Germano.

Por outro lado, a consultora credenciada pelo Sebrae, Priscilla Araújo, da Inovar Consultoria e Projetos, com mais de 2 mil clientes na carteira, garante que a maioria de seus clientes são mulheres comerciantes. “Cerca de 80% de meus clientes são atividades do comércio e a maior parte é feminina. Na indústria e serviço e na área tecnológica, os homens que dominam.” Mas Priscilla lembra que, na prática, ocorre que, “muitas vezes o CNPJ está no nome do marido, mas quem toma conta é a mulher.”

 

Criatividade é o diferencial no empreendimento

 

Priscilla Araújo, da Inovar Consultoria e Projetos, afirma que empreender é uma questão de oportunidade. “O primeiro passo é quando você se depara com uma problemática, ao invés de esbarrar, busca soluções. O futuro empreendedor deve buscar é sua identificação: ‘o que eu gosto de fazer?’ E a oportunidade vem ao descobrir o que o cliente precisa e na análise dos concorrentes: o que essas empresas têm de bom e de ruim? Olhar para três fatores - o cliente; o concorrente e os fornecedores”, salienta.

“Mas nada disso acontecerá se não houver criatividade. A criatividade é essencial em qualquer área. Vivemos num mundo global. Independente da localização, as inovações acontecem simultaneamente ao redor do mundo. O cliente sabe o que quer, porque ele pesquisou na Internet. A loja ou o serviço tem que oferecer o melhor.”

A consultora diz também que a aldeia global não distingue mais localidades e sim conectividade. Mas as características locais têm que ser consideradas pelo empreendedor.