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Alunos escrevem histórias de participantes da Expotec

publicado: 01/11/2019 10h40, última modificação: 03/01/2020 09h45
Equipe de estudantes do programa de Voluntários em Jornalismo falam dos destaques da feira de tecnologia
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José Eugênio na sua primeira Expotec
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José Eugênio agora como palestrante
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Alunos escrevem histórias de participantes da Expotec

 

Equipe de estudantes do programa de Voluntários em Jornalismo falam dos destaques da feira de tecnologia

 

Márcia Dementshuk

Com: Ada Carina Costa dos Santos; Thailine Maria Ferreira Freire; e Ana Lívia Macedo

 

Além de concentrar ideias, inovação, tecnologia, empreendedorismo, ciência e pesquisa em um só ambiente durante três dias, em João Pessoa, a quinta edição Expotec, Feira e Congresso de Tecnologia, marca a vida dos participantes.

A equipe de estudantes do programa de Voluntários em Jornalismo da Expotec descobriu histórias que se destacaram depois de passarem pelo evento. Ada Carina, Thailine Maria e Ana Lívia conversaram com Vico Constantino e José Eugenio Souza:

 

Inclusão social e digital através da robótica

Vico Constantino é potiguara, nascido no Rio Grande do Norte; veio com dois meses para a Baía da Traição, litoral da Paraíba. Sua família não tinha recursos para comprar livros; em sua casa não havia acesso à Internet. Parecia que seu futuro repetiria a tradição dos ancestrais.

Depois de terminar o Ensino Médio, aos 20 anos, seu pai faleceu e Vico passou a morar em João Pessoa. Descobriu as bibliotecas públicas e buscou nos livros, revistas e na Internet, uma forma de obter conhecimento em uma atividade lhe atraiu: a robótica.

As adversidades enfrentadas serviram de impulsão para realizar seu sonho: fazer com que as pessoas vivam seus próprios sonhos, a propósito de explorar as áreas que abrange a robótica. Vico aprendeu, como autodidata, a montar robôs. A estrutura é feita, essencialmente, pela integração das áreas de mecânica, elétrica, eletrônica, programação e design. Ele abriu a própria empresa, a VCA XP, pela qual presta serviços de telecomunicações, eletricidade, redes e informática em geral.

A primeira vez que Vico participou de uma Expotec foi em 2017. Mas foi em 2019 que ele trouxe o projeto “Engrenagem das Coisas”, pelo qual ensina robótica a todas as pessoas, independente da idade. Ele produz tecnologia com poucos recursos, por meio do reaproveitamento de materiais. Por exemplo: a utilização do material em MDF, peças usadas de computadores e videogames. “A Expotec funciona como como canal de ligação, com o público, promovendo atividades de interação; a entrada é gratuita e proporciona a todos uma experiência com os robôs, como é poder utilizá-los.

Atualmente, o projeto possui apoio da Associação Nacional para Inclusão Digital (Anid), e sustenta-se com recursos financeiros próprios, evidenciando, a necessidade de investidores, devido aos planos de expansão do projeto. Vico pretende, junto à sua equipe, continuar fazendo mais projetos sociais para promover a inclusão digital, e, algum dia, alcançar o Nobel de Física. Com esse mesmo entusiasmo, ele afirma: “Agora o meu objetivo é incluir todos, permitir a todos o acesso a robótica e torná-la com menos custos, ou até sem custos”.

 

“São esses profissionais, e muitos outros que ainda estão a se formar, que fazem a Expotec. Essas são as referências da Tecnologia do presente e, principalmente, do futuro”. (Ana Lívia Macedo)

 

 De Pernambuco para a Expotec

Outro exemplo de sucesso da Expotec é o de José Eugenio Souza, estudante de Engenharia da Computação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Natural de Tabira, em Pernambuco, o estudante esteve na Expotec pela primeira vez em 2016.

Com 17 anos, José foi trazido à Expotec por obrigação, pensando em conseguir as cargas horárias necessárias para apresentar para o professor. Mas se deparou com uma feira de muito conteúdo e com experiências que podiam acrescentar tanto na sua graduação quanto na própria vida.

Estando a 370 km de casa, o estudante recordou de quando começou a gostar da área de Tecnologia. Não era um bom aluno de Exatas, mas se encantou com os kits de robótica que chegaram na Escola Estadual Professora Carlota Breckenfeld em Tabira (PE). Logo, teve a oportunidade de aprender computação e até mesmo ser monitor para instruir os colegas. 

No terceiro ano do Ensino Médio, teve a certeza que estava no caminho certo. Ao participar de uma competição regional e obter, junto com a sua equipe, o primeiro lugar enxergou seu potencial. Sabia que tinha talento e isso foi suficiente para entrar na UFPB, no curso de Engenharia da Computação.

Mesmo já estando no curso dos seus sonhos, faltou-lhe contato direto com as oportunidades do campo da Tecnologia. Foi essa proximidade que conseguiu através da Expotec. No evento, conheceu projetos e profissionais que trabalhavam na área. “Essa foi uma oportunidade maravilhosa, porque na minha cidade não tive acesso a esse tipo de exposição. Tive muita sorte de primeiro vir para a UFPB e depois participar da Expotec”, conta José. “É nessa troca de informações que a gente vê a nossa evolução como estudante e mesmo como profissional”. 

Mas o estudante ainda lembra dos jovens que continuam em cidades pequenas ou estão em escolas sem acesso ao conhecimento tecnológico. A influência de eventos como a Expotec estimularam-no o desejo de passar e repassar o conhecimento para quem não tive a mesma oportunidade que ele. “Espero que um dia eu possa fazer palestra nesses lugares e falar dessas boas experiências e do que eu aprendo aqui na Expotec”, confessa.

Três anos depois da sua primeira vez na Expotec, ministrando uma palestra sobre Computação para um grupo de 30 alunos do Ensino Fundamental, José sente estar no lugar certo.

 (O Programa de Voluntários de Jornalismo da Expotec acontece desde 2015 e abre espaço para estudantes de universidades públicas e privadas. Nesse ano foi supervisionado pela jornalista Márcia Dementshuk.)