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Setembro Amarelo: Hospital Edson Ramalho realiza campanha e verifica estado emocional dos pacientes
O dia 10 deste mês marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, dentro da campanha Setembro Amarelo, cujo lema de 2024 é “Se precisar, peça ajuda”. No Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER), as equipes multiprofissionais de saúde estão atentas ao estado emocional dos pacientes, sobretudo quando já há histórico de transtornos mentais que podem levar à ideação suicida ou tentativa. Na unidade hospitalar, gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) e integrante da rede estadual, a equipe de Psicologia dá o suporte emocional aos pacientes, acompanhantes e funcionários.
Conforme a coordenadora da Psicologia do HSGER, Rosemary Garcia, os profissionais do setor fazem visitas beira leito para identificar pacientes com sofrimento psíquico, mas as equipes multiprofissionais – incluindo médicos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas contribuem com esse trabalho, sinalizando se há um paciente ansioso ou deprimido. A assistência contempla uma tríade, que inclui pacientes, acompanhantes e equipe de saúde. No caso dos acompanhantes, os assistentes sociais também dão um suporte aos familiares.
A psicóloga Kércia Paulino destacou que, em um hospital, há vários perfis de pacientes que podem estar em sofrimento. Um perfil frequente é o de pessoas que desistem de viver de forma silenciosa. “Diante do adoecimento, há pacientes que deixam de comer, resistem ao tratamento e não querem tomar a medicação. Há pacientes diabéticos que sofrem amputação, e a perda do membro traz um sofrimento grande, gerando ideação suicida. Quando ele verbaliza, a equipe orienta a família a ter vigilância e levá-lo aos serviços da rede pública de saúde mental”, exemplificou.
O coordenador de Nutrição do HSGER, Felipe Lundgreen, comentou sobre o caso de uma paciente que desistiu de viver, após o falecimento da filha. “A paciente já deu entrada ao hospital em quadro depressivo. Ela pesava 55 quilos, mas por não querer se alimentar, chegou a 25 quilos. Nesse estágio, a alimentação por sonda nasal já não funcionava, sendo necessária a administração por acesso venoso”.
Segundo Kércia Paulino, os pacientes com transtornos mentais deixam a equipe alerta por representar um grupo de risco. São os casos de pacientes com transtorno bipolar, esquizofrenia ou depressão grave, que chegam ao hospital por motivos clínicos. Há um cuidado também com o paciente que tem acompanhamento psiquiátrico e toma medicação, para que haja manutenção do tratamento. “Às vezes, os familiares esquecem de falar sobre o uso de medicamentos, mas se o humor do paciente é alterado, a equipe percebe”, assinalou.
Urgência - A gerente de Enfermagem do HSGER, Mara Fernanda, relatou que é comum a chegada de pacientes no serviço de Urgência com queixas de fortes dores abdominais ou no peito. Mas, em muitos casos, os sintomas são reflexos de crises de ansiedade ou surtos psicóticos. “Os médicos e enfermeiros, cientes da situação, conseguem fazer a avaliação correta do quadro clínico. Nestes casos, os pacientes são medicados para o tratamento dos transtornos e são orientados a procurar o acompanhamento psiquiátrico por meio das unidades de saúde da família ou dos centros de atenção psicossocial”, afirmou.
“Quando alguém comete a tentativa de suicídio, essa pessoa sinaliza que precisa de ajuda. É preciso sensibilidade da equipe de saúde, no caso do contexto hospitalar, e da família, no caso de a pessoa estar em casa ou em ambientes sociais, para entender que o ato não é para chamar atenção, é um pedido de ajuda num ato de desespero”, opinou Kércia Paulino, a psicóloga da instituição, acrescentando que é necessário estar em alerta para com aqueles que demonstram estar sem esperanças na vida, que desistem de fazer o que gostam e perdem o prazer pelas coisas do cotidiano.
Dicas de Cuidados - A prevenção ao suicídio pode ocorrer por meio da educação e da divulgação de informações responsáveis sobre o tema, conforme o movimento que deu início à Campanha Setembro Amarelo. Atitudes de isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades prazerosas, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, e uso de frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de ajuda.