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Seminário discute e qualifica profissionais paraibanos sobre antirracismo no Suas
Aperfeiçoar o atendimento à população visando o enfrentamento do racismo foi o principal objetivo do I Seminário Antirracista do Suas: Desafios, reflexões e fortalecimento da Política de Assistência Social para população negra, comunidades tradicionais e quilombolas no Estado da Paraíba, encerrado nesta quinta-feira (28). O evento foi realizado pelo Governo da Paraíba, por meio das Secretarias de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh) e da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh), para qualificar os profissionais que trabalham nos equipamentos da Assistência Social.
Neste segundo e último dia do Seminário, as profissionais do Centro João Balula, Andréa de Lima e Viviane Rocha, explanaram em sua palestra acerca da Qualificação no Enfrentamento ao Racismo, Intolerância Religiosa e Xenofobia.
Na sequência a professora Núbia de Paula, em sua palestra, versou sobre: “Desafios para Promoção da Igualdade Racial no Brasil” e falou da importância da promoção do seminário. “Esse evento é de suma importância, porque nós precisamos conscientizar todos os operadores, seja da Assistência Social, seja do Executivo, do Legislativo, da Educação, principalmente sobre a existência do racismo e as formas de combate, principalmente pessoas que são vulneráveis e hipossuficientes, como jovens e adolescentes”
Na ocasião, ela abordou a recente operação que teve na Lei do Racismo, para equiparar a injúria racial ao crime de racismo. “Hoje já não existe mais diferença, se o ato de discriminar é direcionado a uma coletividade de pessoas ou uma pessoa determinada, as consequências são as mesmas. Eu tenho um crime, e eu tenho que esse crime é inafiançável e ele é imprescritível. Ou seja, o racismo pode ser uma ação coletiva ou individual”, declarou Núbia de Paula.
Em seguida, a professora Márcia Campos Eurico ministrou palestra sobre “Antirracismo e Suas: Qualificando o Trabalho Profissional”, ressaltando que esse seminário é o primeiro do Suas com tema antirracista. “Ele é fundamental porque coloca, ele explicita a importância de construir uma prática antirracista entre todos os profissionais. Não só como uma tarefa de profissionais e de pessoas negras, mas como uma responsabilidade da sociedade civil e do Estado. Então, nesse sentido, esse seminário é fundamental, porque abre um caminho para a gente trazer mais o debate e mais sensibilizar os profissionais para a responsabilidade, porque o racismo é crime. E qualquer política pública precisa ser antirracista e precisa caminhar na perspectiva de coibir práticas criminosas no âmbito do seu trabalho”, afirmou Márcia Eurico.
A chefe de gabinete da Sedh, Mikaelli Gomes, que na ocasião representou a secretária de Estado do Desenvolvimento Humano, Pollyanna Werton, lembrou que ano passado a Sedh realizou o primeiro seminário antirracista. “São situações e exemplos, como o relatado, de pessoas que passam por essa dificuldade, por essa questão racista, que muitas vezes não tem nem noção, nem imagina. E aí, como a gente fez voltado aos Creas no ano passado, a secretária Pollyanna entendeu a importância de expandir essa discussão, de expandir esse público, e realizamos primeiro seminário antirracista do Suas, para todos os profissionais do Suas. Quero agradecer a doutora Núbia e a doutora Márcia, que estiveram enriquecendo ainda mais esse diálogo voltado a essa pauta tão importante. Agradecer a parceria da Secretaria do Estado da Mulher e Diversidade Humana”, finalizou.