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Procedimento cardiológico inédito no Hospital Metropolitano salva vidas de duas paraibanas
Maria Erineide Aleixo e Andressa de Oliveira receberam alta, nessa segunda-feira (18), após recuperação de um procedimento cardiológico inédito realizado no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade pertencente à rede hospitalar do Governo da Paraíba. Elas foram submetidas à valvuloplastia mitral por cateter balão, procedimento minimamente invasivo, que foi realizado na última sexta-feira (15) para correção de uma redução no diâmetro da válvula aórtica (que se abre com cada batimento cardíaco para permitir a passagem de sangue do coração para o corpo). A correção se deu por meio de dilatação com um cateter balão, que reduziu a gravidade do estreitamento.
A estreia desse procedimento minimamente invasivo foi realizada pelos cardiologistas intervencionistas Thiago Lisboa, Fúlvio Petrucci e Glauco Gusmão. Segundo Thiago, esse tipo de intervenção é indicada para pacientes que têm estenose mitral grave (válvula estreita) de etiologia reumática. Ele explicou que aqui no Brasil a causa mais comum dessas estenoses é em pacientes que tiveram febre reumática há alguns anos atrás que, em seguida, evoluiu com esse acometimento das válvulas cardíacas.
“O acometimento dessas válvulas geralmente ocorre quando os pacientes ainda são muito jovens. Então, às vezes, pacientes precisam de quatro ou cinco cirurgias cardíacas para trocarem essas válvulas até chegarem nas idades mais avançadas. Já a valvuloplastia mitral por cateter balão permite que esses pacientes passem um bom tempo sem precisar de novas intervenções, reduzindo assim a morbimortalidade”, pontuou o cardiologista intervencionista.
Caso o procedimento minimamente invasivo não estivesse disponível, as duas pacientes iriam passar pela cirurgia convencional para troca da válvula mitral, o que traria mais riscos, desconforto e um maior tempo de recuperação pós-cirúrgica. “Realmente foi muito importante começar a realizar esses casos aqui no Hospital Metropolitano. Fico feliz em dizer que agora essa é mais uma opção terapêutica oferecida de forma 100% SUS para os casos de estenose em pacientes da nossa Paraíba”, frisou.
Andressa de Oliveira, uma das pacientes que passou pelo procedimento inédito, relatou que, apesar de ter a febre reumática desde a infância, só descobriu a doença por volta de seis meses de gestação, pois se cansava muito. Após o parto, ela passou mal e o médico descobriu que era a febre reumática e que as válvulas do coração dela já estavam atingidas.
“Eu cheguei aqui no Hospital Metropolitano para fazer uma cirurgia de peito aberto, indicada pelo médico que me atendeu em Itaporanga. Então, quando cheguei aqui, os médicos me falaram que teria a possibilidade de fazer esse outro procedimento e eu gostei muito. Estou muito agradecida a todos os profissionais que cuidaram de mim. Graças a Deus, a esses cuidados e a essa tecnologia que agora está disponível aqui, eu estou bem agora”, relatou a paciente.
Ao lado de Andressa estava a paciente Maria Erineide Aleixo, que também passou pela valvuloplastia mitral por cateter balão na última sexta-feira (15). Maria Erineide afirmou que vinha sentindo muito cansaço, mas só descobriu a estenose mitral após sofrer um infarto. “Foi quando me encaminharam aqui para o Metropolitano e a equipe médica me recebeu com muito carinho, me acolheram com muito amor, decidiram fazer esse procedimento e graças a Deus deu tudo certo”, disse Maria.
De acordo com Thiago Lisboa, os dois procedimentos realizados tiveram um resultado bem positivo. “Nós tivemos bastante êxito, os dois procedimentos foram realizados com sucesso e a tendência é que as duas pacientes se beneficiem bastante. Elas estavam bem sintomáticas, com insuficiência cardíaca, uma delas estava internada e a outra já tinha sido internada aqui no Hospital Metropolitano. Então, após a realização desses procedimentos, a tendência é que elas tenham uma vida normal e façam o acompanhamento aqui no ambulatório do Hospital Metropolitano”, afirmou Thiago.
Valvuloplastia mitral por cateter balão - Segundo o cardiologista intervencionista, Thiago Lisboa, trata-se de um procedimento realizado de forma percutânea (passando pela pele) por meio de um acesso na veia femoral do paciente, onde é colocado o introdutor que possibilita a realização do procedimento.
“Através desse acesso da veia femoral direita, atingimos o átrio direito do paciente e fazemos uma punção transceptora através de uma agulha para acessar o átrio esquerdo, que é onde está localizada a válvula mitral. Em seguida, através de um cateter específico, que chama-se Cateter Balão de Inoue, avançamos através da válvula mitral, chegando ao ventrículo esquerdo. Com o cateter balão localizado nessa região da válvula mitral, nós fazemos a insuflação (introdução do ar) do cateter balão para aumentar o orifício da válvula mitral e reduzir de forma muito importante a obstrução.