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Pesquisas com algodão e bovinos impressionam missão de Moçambique e Colômbia

publicado: 04/09/2019 16h04, última modificação: 04/09/2019 16h04
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O sistema de cultivo de algodão orgânico pelos agricultores familiares, que envolve toda uma cadeia desde o plantio utilizando a pesquisa, assistência técnica e a participação da iniciativa privada que compra toda a produção, foi o motivo principal da escolha da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para conhecer a Paraíba. O projeto é desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap).

A missão de técnicos e agricultores da Colômbia, Mali e Moçambique está na Paraíba, desde segunda-feira (2), visitando comunidades rurais onde são trabalhadas políticas públicas que favorecem aos agricultores familiares. O grupo foi recebido pelo governador João Azevêdo e também conheceu as instalações da Empaer. Na terça-feira (3), visitou a estação experimental de Alagoinha para conhecer os trabalhos de melhoramento genético de raças bovinas Sindi e Guzerá.

Depois de visitar a Estação Experimental de Alagoinha e ouvir as explicações do chefe da entidade de pesquisa, Rubens Fernandes da Costa, sobre o Projeto Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a coordenadora regional do projeto Mais Algodão da FAO, Adriana Gregolin, destacou a importância deste projeto executado pela Empaer, que consiste na diversificação da produção com sustentabilidade em pequenas propriedades rurais no Nordeste. “Os integrantes da missão estão tendo oportunidade de conhecer as diversidades e temas que a Empaer vem trabalhando com as pesquisas em conjunto com a Embrapa, que estão dando sustentação para as pequenas propriedades”, afirmou.

Antes de chegar à Paraíba, o grupo esteve no Estado de Goiás, onde conheceu os trabalhos de produtores de algodão que trabalham em grande escala e de forma competitiva. Naquele Estado puderam ver o processo que é em grande escala e mecanizado e, depois, na Paraíba, estão observando outra realidade, justamente com o trabalho com a participação diretamente da família em produção de pequena escala. “Também buscamos mostrar a produção em pequenas comunidades, que é a realidade da Colômbia e da África, que estão conhecendo as pequenas propriedades que produzem algodão”, comentou Adriana.

Outro ponto destacado por ela é justamente como se estruturam as políticas públicas no Brasil e como vêm sendo desenvolvidas na Paraíba. Lembrou que a ação tem a participação da Empaer, da Embrapa e do setor privado, que apoia os agricultores comprando o algodão do Projeto Algodão Paraíba, o que garante o seu sucesso. O trabalho que vem sendo realizado no sentido de se ter um sistema sustentável mereceu referências por parte dela.

Adriana Gregolin acredita que, após esta viagem, os integrantes da missão retornarão aos seus países conhecendo a realidade de outros povos. “A delegação, que é formada por produtores, técnicos dos governos e ou ligados às pesquisas do Instituto do Algodão da Colômbia e do Instituto do Algodão de Moçambique e de universidades, vão sair com muitos conhecimentos porque aqui estão encontrando uma radiografia da realidade deles e dos desafios, e isso faz com que levem para reflexão sobre as possíveis soluções e que poderão aproveitar em seus países”, comentou.

Visitas - Durante esta quarta-feira (4), os integrantes da missão estrangeira que visita a Paraíba começaram o dia conhecendo um campo de produção de algodão orgânico no município de Esperança, indo depois até a CoopNatural, localizada em Campina Grande, que compra o algodão colorido. Durante a tarde, conheceram a máquina colheitadeira de algodão e apresentação de descaroçamento e deslintamento de algodão em pequena escala. Já na Embrapa ouviram detalhes acerca do algodão agroecológico.

Para esta quinta-feira (5) está previsto o deslocamento do grupo até o município de Alagoa Grande, onde também conhecerá um plantio de algodão na comunidade Tapera, pertencente ao agricultor Marcos Vitorino e, à tarde, estará em Salgado de São Felix ainda conhecendo outra família que cultiva algodão. Finalmente, na sexta-feira (6), visita a indústria Norfil e conhece uma família modelo de assistência técnica rural acompanhada pela Empaer em Rio Tinto.