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Pesquisadores desenvolvem bebida da palma forrageira com potencial para reduzir níveis de colesterol e triglicerídeos

publicado: 08/08/2025 11h08, última modificação: 08/08/2025 11h08
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Etapa de elaboração da Bebida de palma tratada no ultrassom.jpeg
Bebida de palma sendo administrada aos ratos Wistar.jpeg
Doutoranda utilizando ultrassom para a elaboração da bebida.jpeg
Bebida de palma para admisnitração aos ratos Wistar.jpeg
Análise microbiológica da bebida de palma.jpeg

Pesquisa desenvolvida na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com financiamento do Governo do Estado, que tem como base a palma, cacto resistente ao clima semiárido e amplamente cultivado no Nordeste, resultou em uma bebida com propriedades prebióticas capaz de estimular o crescimento de bactérias benéficas ao intestino, contribuindo para uma microbiota mais saudável. O estudo foi realizado por meio de edital da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e apoio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties).

O projeto “Bebida de palma (Opuntia ficus-indica) com potencial prebiótico: elaboração, vida de prateleira, bioatividade e efeitos sobre o eixo intestino-cérebro de ratos com obesidade” vai mais além, pois também investiga os efeitos dessa bebida sobre o eixo intestino-cérebro de ratos Wistar. Esse eixo consiste em uma via de comunicação entre o intestino e o sistema nervoso central, que pode influenciar o comportamento, a cognição e até mesmo doenças como depressão e ansiedade.

Os resultados da caracterização tecnológica das bebidas demonstraram que a adição de prebióticos, especialmente às bebidas adicionadas das fibras polidextrose e frutooligossacarídeos, aumentou a atividade antioxidante, bem como a concentração e a bioacessibilidade de compostos fenólicos (substâncias encontradas em plantas). A adição de prebióticos e o tratamento com ultrassom intensificaram características sensoriais desejáveis nas bebidas e aumentaram sua estabilidade, indicando que a incorporação dessas fibras e desse método de conservação pode preservar a funcionalidade e melhorar a aceitabilidade das bebidas de palma ao longo do armazenamento.

As análises concluíram que a bebida com adição da fibra polidextrose foi a que apresentou os melhores resultados nos quesitos de funcionalidade e aceitabilidade sensorial, sendo a bebida selecionada para a administração em ratos com obesidade. O estudo com ratos obesos mostrou que a bebida de palma adicionada da fibra polidextrose modulou a microbiota fecal e os comportamentos de ansiedade e depressão dos ratos com obesidade; reduziu os níveis séricos de triglicerídeos, colesterol total, LDL e VLDL nesses animais, além de exercer efeito protetor no pâncreas, fígado e intestino, verificadas por análises histológicas realizadas nesses órgãos.

Para a coordenadora do projeto, Profa. Dra. Jailane de Souza Aquino, mais do que um avanço científico, os resultados obtidos podem abrir caminhos para a criação de novos produtos alimentícios funcionais com a palma, geração de renda para agricultores familiares e estímulo à bioeconomia local. “O apoio financeiro da Fapesq foi fundamental não apenas para a ciência, mas para o bem-estar social e econômico da região com projeção nacional e internacional”, afirmou Jailane.

O projeto foi desenvolvido no laboratório de Nutrição Experimental (LANEX) do Centro de Ciências da Saúde da UFPB, em colaboração com o Laboratório de Técnica Dietética (CCS/UFPB), Núcleo de Pesquisa e Extensão - Laboratório de Combustíveis e Materiais (NPE-LACOM), Laboratório de Físico-Química e Laboratório Tecnológico em Segurança Alimentar, ambos do Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional – CTDR/UFPB, Laboratório de Processos Microbianos (CT/UFPB), Laboratório de análise de Alimentos e Bebidas do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), Campus Petrolina, e Instituto Federal do Paraná, campus Paranavaí.