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Hospital de Trauma de João Pessoa é referência para atendimentos às vítimas de quedas

publicado: 22/03/2018 00h00, última modificação: 22/05/2019 11h01

O Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, é referência em atendimentos às vítimas de quedas, registrando nos dois primeiros meses do ano de 2018 mais de dois mil casos. Já no ano de 2017 mais de 13 mil atendimentos foram realizados no período de janeiro a dezembro. De acordo com o setor de Estatística da instituição, a maioria desses pacientes são crianças, contabilizando 5.095 casos, o que corresponde 38% deste tipo de ocorrência.

Dos 13.353 atendimentos realizados em 2017, 6.067 foram por conta de quedas da própria altura, os demais casos (622) foram por escadas, árvores, andaime, ônibus e caminhão. O setor de Estatística da unidade de saúde ainda constatou que a maioria dos pacientes é do sexo masculino, representando 51% das vítimas. Em relação a 2016, quando foram registradas 12 mil entradas, houve um aumento de 11% nos atendimentos de vítimas de quedas em 2017.

Para médica plantonista da UTI-Pediátrica, Lizandra Goelzer, as quedas são mais frequentes em crianças, porque elas não têm noção de gravidade e perigo. “Como a instituição é o centro de referência para estes casos, ela recebe pacientes de várias idades, mas o índice maior é em crianças em idade escolar e pré-escolar. Os acidentes mais comuns são quedas de bicicleta, afogamentos – quando tropeçam e caem na piscina -, além de objetos que caem por cima das crianças como armário e televisão, causando maior incidência de Traumatismo Craniano Encefálico (TCE) Grave”, frisou.

Lizandra Goelzer afirmou que a maioria das crianças atendidas na unidade por quedas é acometida por TCE leve. Ela lembrou que o tratamento para esses casos ainda é conservador, no qual o paciente deve ter repouso e ser submetido à observação neurológica e tratamento dos sintomas. Como foi o caso de Josiel Francisco da Silva Lima, 11 anos, que estava brincando na escola quando tropeçou, caiu e machucou a cabeça durante o recreio. Por conta disto, teve que ficar em observação por três dias na unidade de saúde. “Foi muito rápido, meu tênis estava desamarrado e bati a cabeça quando acordei já foi no hospital”, comentou.

A prevenção é a melhor forma de evitar acidentes. É o que atesta o coordenador da Ortopedia do Hospital de Trauma, Umberto Jansen, já que as quedas podem provocar desde um simples hematoma a uma fratura com lesão grave. “Sem dúvidas, crianças e idosos são os perfis que entram com mais frequência na unidade de saúde. Os acidentes geralmente acontecem na rua ou na residência.

Com relação aos idosos, a unidade hospitalar conta com um Protocolo do Idoso, que determina que o paciente (sempre observando as questões clínicas) deve ser operado no máximo em 72 horas, porque a demora pode acarretar outras doenças como pneumonia e escaras, podendo prolongar o tempo deles no hospital e os custos à saúde”, complementou.

Quem precisou utilizar o Protocolo do Idoso, foi a paciente Carmerina Francisca da Costa, de 95 anos, que fraturou o pé na escada, teve que fazer uma cirurgia de emergência e em três dias já estava em casa. “Senti muita dor, pensei que iria morrer, tropecei num dos degraus da escada e tive que vir para o hospital, mas graças a Deus estarei indo hoje para casa”, comemorou.

De acordo com Umberto Jansen, embora a pessoa possa cair em qualquer lugar, a maioria das quedas acontece em casa e, geralmente, ocorre quando a pessoa está executando atividades normais do cotidiano. Algumas dicas podem ajudar a pessoa a se prevenir:

- Uso de calçados com sola antiderrapante e firme;

- Evitar chinelos sem elástico na parte traseira;

- Colocar corrimão nas escadas e faixas antiderrapantes nos degraus de toda a casa

- Evitar prateleiras muito altas ou muito baixas

- Avaliação oftalmológica periódica

- Instalação de barras de apoio ao lado do vaso sanitário e do chuveiro