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Etapa Estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica premia 12 equipes nas modalidades resgate e artística
A etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) foi concluída nessa sexta-feira (30), com 12 equipes campeãs nas modalidades de robótica resgate e robótica artística, nível 1 e nível 2. Os estudantes ganharam troféus, medalhas e a possibilidade de concorrer na etapa nacional, que vai acontecer em Goiânia (GO), do próximo dia 11 a 17 de novembro.
O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, investiu cerca de R$ 200 mil para a realização da etapa estadual da Olimpíada de forma presencial, com o apoio da Prefeitura Municipal de João Pessoa e Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Foram 236 equipes, totalizando cerca de 1200 alunos das redes públicas e privadas de todo o Estado que participaram da competição. Além das duas modalidades principais, outras 16 equipes receberam medalhas em modalidades extras (escola pública, Escola privada, robustez, design, inovação, dedicação, programação e maker), tendo o seu esforço e trabalho reconhecido. A premiação foi dividida nas duas modalidades: Resgate e Artística, sendo três do nível 1 - estudantes do Ensino Fundamental; e três do nível 2 - estudantes do Ensino Médio.
O representante estadual da OBR na Paraíba, Fagner Ribeiro, ressaltou que as equipes chegaram na competição muito bem preparadas e a expectativa é que elas demonstrem esse mesmo empenho na etapa nacional. “Elas se preparam durante muito tempo para chegar aqui e mostrar seus projetos. A gente está muito animado com as equipes vencedoras que vão representar a Paraíba nas etapas nacional e, quem sabe, na mundial”.
De acordo com Fagner, foi possível ver que o objetivo da OBR de incentivar os estudantes em uma carreira científica e tecnológica foi cumprido com sucesso, ao vê-los animados e empenhados durante os três dias de olimpíada. “Eles realmente se entregam de corpo e alma. É uma competição de muita entrega, de muito sentimento. Eles ficam nervosos por ser uma competição, mas também crescem muito. Quando a gente reúne essa quantidade de pessoas, tem muita troca de conhecimento, eles conseguem trabalhar em equipe. Tudo isso é muito importante para o futuro deles”, falou.
Modalidade Resgate - Nessa modalidade, os robôs são programados para enfrentar cenários simulados de desastres, onde precisam atravessar terrenos desafiadores, superar obstáculos e, por fim, resgatar vítimas. Todos os robôs da OBR devem ser autônomos, ou seja, tomam decisões sozinhos, sem controle remoto.
A equipe vencedora do nível 1 da modalidade robótica de resgate foi a “Major Bots 2”, da Escola Municipal José de Barros Moreira, localizada no bairro de Mandacaru, em João Pessoa. Lucas Cardoso de Almeida, de 13 anos, um dos participantes do grupo, contou que não esperava vencer, devido às dificuldades enfrentadas ao longo dos meses. “Foi muito legal porque eu não estava esperando, essa é a minha primeira OBR, mas eu treinei muito e fiquei muito feliz com o resultado”, disse.
O professor mentor do grupo, Antônio Alves, não conteve as lágrimas ao saber do resultado. O educador contou a história de superação que ele e seus alunos viveram ao longo de 2024 na preparação para competir. “Queria agradecer ao governo pelo incentivo, porque não é fácil. São alunos de escolas da periferia que hoje estão aqui equiparados a escolas particulares. Eles se esforçaram, passaram do horário de aula, muitas vezes com fome e muitos com problemas em casa, então isso aqui é merecimento deles.”
Em segundo e terceiro lugar no nível 1 venceram as equipes: Desbravadores, EMEF Prof Paulo Freire; e FPN 1, da EMEF Professor Francisco Pereira Nóbrega; respectivamente.
Já no nível 2, a equipe premiada foi a Ares, do IFPB campus Catolé do Rocha. O grupo é bicampeão na categoria e foi ovacionado pelo público com o anúncio. Raisla Fernandes, uma das integrantes da equipe, contou que a expectativa é de ficar entre os três primeiros colocados na etapa nacional. “A robótica mudou a minha vida. Foi um processo difícil, tivemos que fazer muitas mudanças no nosso robô, mas chegou ao ponto de não encontrar nenhum erro. Estamos animados para a etapa nacional e vamos trabalhar para ficar entre os três primeiros.”
O professor mentor da equipe Ares, Alexsandro Trindade, treina equipes do IFPB desde 2018, mas isso não impediu que ele se emocionasse ao lembrar da evolução dos alunos para atingir esse resultado. “Eles treinavam manhã, tarde e noite, mesmo na greve eles iam. Muitas vezes eu estava em casa e às 11 da noite recebia mensagens, eram eles que estavam lá treinando. Realmente é muito bom ver esse trabalho recompensado.”
Em segundo e terceiro lugar no nível 2 venceram as equipes: LabCriar Competition, Equipe de Garagem; e Destemidos Ultimate, Escola Sesi Prata; respectivamente.
Modalidade Artística - Além disso, pela primeira vez a OBR teve a modalidade de robótica artística, onde as equipes utilizaram robôs de forma inovadora e interativa, criando performances que unem arte e tecnologia.
Geovane Araújo, aluno da Escola Municipal Durmeval Trigueiro Mendes, localizada no bairro do Rangel, em João Pessoa, estava representando a equipe Gaviões, que levou o terceiro lugar na modalidade artística nível 1. O estudante e sua equipe realizaram a simulação de uma luta de capoeira com o robô e contou um pouco de como foi essa experiência. “Na nossa apresentação a expectativa era muito grande. Eu dancei capoeira com um robô enquanto meu amigo tocava pandeiro e o outro robô tocava o berimbau, a gente teve pouco tempo para ensaiar, mas a equipe Gaviões deu conta, foi uma experiência diferente, mas legal”, disse.
Os ganhadores do nível 1 foram: Gaviões, EMEIEF Professor Dumerval Trigueiro (3º lugar); Equipe Américo Falcão; EMEIEF Américo Falcão (2º lugar); CyberDance, Colégio TOP (3º lugar).
Já os ganhadores de nível 2, na modalidade artística, foram: Techno Dance, EMEIEF Arnaldo de Barros Moreira (3º lugar); ROBOTRONICS, EMEF Antônia Lucia Navarro Braga (2º lugar); BumbleBee, ECIT Pedro Anísio Bezerra Dantas (1º lugar).
OBR 2024 - A etapa Nacional tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e conta com o suporte da RoboCup Brasil, uma organização sem fins lucrativos, coordenada de forma voluntária por um grupo composto por cientistas e doutores na área de robótica e tecnologia das principais universidades públicas e particulares do Brasil.