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Cendac lança projeto sobre violência doméstica e cultura de paz em Campina

publicado: 29/05/2019 18h01, última modificação: 29/05/2019 18h03
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O Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente (Cendac) lançou nesta quarta-feira (29), em Campina Grande, o projeto “Ampliando o diálogo sobre violência de gênero nas escolas estaduais da Paraíba” para gestores e professores da 3ª região de ensino. O evento foi aberto pela presidente do Cendac, Valquíria Alencar, e contou com as presenças da secretária de Articulação Política, Ana Cláudia Vital do Rêgo, da delegada da Mulher de Campina Grande, Maíra Roberta Mendes, da gerente da 3ª Regional de Ensino da Secretaria de Estado da Educação, Océlia Barros Bezerra, e da coordenadora do Centro de Referência Estadual da Mulher, Isânia Monteiro. O projeto é realizado em parceria com a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia.

A recepção aos participantes foi feita por alunos do Programa de Inclusão pela Música e Artes (Prima) de Campina Grande, coordenados pelo professor Elton John Cabral e pela cordelista Anne Ferreira, da cidade de Queimadas.

“A violência contra a mulher não pode ser vista como algo natural. Ela é fruto de uma cultura machista que maltrata as mulheres e coloca em risco as suas vidas, e por isso, é importante que nós, escola, família e sociedade, possamos enfrentar esta problemática de maneira assertiva, e será a partir deste projeto, por meio do protagonismo juvenil dos estudantes que atuaremos na sua prevenção e combate”, ressaltou Valquíria Alencar.

Segundo a presidente do Cendac, nesta região, o projeto será desenvolvido nas cidades de Campina Grande, Boa Vista, Queimadas e Cabaceiras. “Vamos realizar rodas de diálogo, palestras, oficinas e, ao final, formaremos comissões de enfrentamento à violência contra a mulher com os alunos e alunas que irão pesquisar sobre a história de brasileiras e paraibanas que contribuíram para a humanidade, seja na política, cultura, ciência, cidadania e ativismo e suas pesquisas serão expostas na segunda Mostra Mulheres Inspiradoras” explicou Valquíria Alencar.

Para a delegada da Mulher de Campina Grande, Maíra Mendes, são projetos como este que contribuem para educar meninos e meninas de maneira igualitária, evitando a disseminação de uma cultura machista e abusiva, seja em seus lares ou no ambiente escolar. “Neste ano de 2019, já instauramos cerca de 600 inquéritos para investigar casos de violência contra a mulher na cidade. Nosso país e o Nordeste ainda é muito machista, e através deste trabalho brilhante que o Cendac desenvolve auxilia o nosso trabalho enquanto agentes de segurança pública, conscientizando a juventude, sendo a escola o melhor local para a sua realização.”, ressaltou.

A secretária de Articulação Política, Ana Cláudia Vital, parabenizou o Cendac pela iniciativa e afirmou que o governador João Azevêdo tem entre seus compromissos a promoção da igualdade de gênero na administração estadual e a realização de políticas públicas para o enfrentamento da violência contra a mulher na Paraíba. “O governo tem investido na formação de agentes públicos da segurança para coibir os casos de violência contra a mulher, ampliado o número de delegacias e serviços de atendimento a estas mulheres vítimas de violência doméstica, a exemplo da Ronda Maria da Penha, e projetos como este ratificam o nosso compromisso através da educação para a consolidação da cidadania e do respeito aos direitos das mulheres”, enfatizou.

“As mulheres estão criando coragem para denunciar a violência que as acomete, e a maioria é praticada em seus lares. Elas buscam ajuda e orientação para fazer valer os seus direitos. Por isso, é cada vez mais importante conscientizar os jovens para que possamos construir juntos, governo, escola, família e sociedade, um mundo mais justo e sem violência para as mulheres”, afirmou a especialista em Direitos da Mulher, Joyce Borges, que palestrou sobre violência contra a mulher e feminicídio. Para ela, ainda há muito a caminhar e é preciso defender as conquistas que obtivemos estes anos, como a Lei Maria da Penha e a lei que pune o feminicídio (assassinato de mulheres devido ao seu gênero). “A educação é o caminho essencial para a construção desta sociedade sem violência de gênero”, disse.