Notícias

Cearte capacita professores sobre arte e inclusão de pessoas com autismo

publicado: 17/02/2020 21h44, última modificação: 17/02/2020 21h45
20.02 - Formação Continuada1OK.png

O Centro Estadual de Arte (Cearte) realizou, na semana passada, a formação continuada 2020.1. O encontro teve a participação dos professores convidados Telma Queiroz, psiquiatra, e Moisés Ortega Anton, psicólogo. Os professores falaram sobre suas experiências com pacientes autistas. A Formação dos professores é aplicada ano a ano, no Cearte, para permitir reciclagem de abordagens com os alunos em sala de aula, além de auxiliar na integração do corpo docente.

A explanação focada no autismo, buscou atender a um pedido do corpo docente e contribuir na inclusão deste público, no contexto de uma escola de arte.

Inclusão - A diretora do Cearte, Laura Moreno, explica que a unidade de ensino já é uma escola inclusiva, onde alunos com síndrome de down, deficiência intelectual moderada ou deficiência física, têm encontrado aporte em sala de aula com professores e alunos.

Entre as experiência de inclusão vividas no Cearte, a professora de teatro Cely de Freitas lembra que o contato com a primeira aluna foi impactante. Além dela ter uma deficiência intelectual moderada, tinha uma deficiência física.

“Ao longo do curso fui percebendo que aquilo não era limitação nenhuma. Fiz o trabalho sem apontar a deficiência dela e entrosando-a dentro do ambiente do teatro. O melhor foi a inclusão com os outros alunos, eles estavam ali para acolhê-la e dar suporte, foi muito interessante. É tanto que, na apresentação de fim de ano, ela contracenava com mais duas jovens, e teve um momento que esqueceu uma fala. As outras meninas ajudaram dando uma parte da fala dela, e ela seguiu e conduziu a cena sem que ninguém percebesse o erro. As pessoas que estavam assistindo acharam que fazia parte da cena”, comemora Cely.

A diretora do Cearte destaca como a arte pode ter uma dinâmica terapêutica, além de promover a inclusão. “Eu acho que a função da Arte é muito maior que só aprender uma linguagem. Mas é fundamental o abraço do professor e da turma no sentido que eles entendam que nesse contexto da escola também temos pessoas com deficiência”, ressaltou.

Funad - Em relação a temas relacionados à deficiências motoras ou intelectuais, Laura lembra ainda que em outros momentos já foram convidados professores e especialistas Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad) para falar como deve ser a abordagem dos professores. “Nosso objetivo é escutarmos dois profissionais que têm uma larga experiência de como a gente pode atender a população autista, que cada vez nos procura mais”, pontua a diretora.