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Acidentes com motos continuam liderando, mas atendimentos no Trauma caem 4%

publicado: 09/07/2019 18h00, última modificação: 09/07/2019 18h00

Os motociclistas são responsáveis por mais de 76,5% dos atendimentos de trânsito no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. Nestes seis primeiros meses de 2019, foram 3.949 vítimas. Embora seja um número significativo, houve uma redução de 4% em comparação ao ano passado, quando a unidade registrou 4.121 pessoas vítimas de acidentes com motos.

Os casos que envolvem pessoas do sexo masculino (3.066) são duas vezes maiores do que o número de pessoas do sexo feminino (883). No que se refere à faixa etária, o setor de estatística da instituiçãoverificou que 88% dos acidentes acontecem entre as idades de 18 a 59 anos (3.455), seguidos por adolescentes (311), crianças (84) e idosos (99).

De acordo com o diretor do Hospital de Trauma, Leonardo Leite, os acidentes com motociclistas já viraram uma “epidemia”. "Todos os dias, a hora que você chegar, independente do dia, você vai encontrar pacientes acidentados que estavam em motos. É uma endemia que precisa ser controlada, pois, mesmo os motociclistas sabendo dos perigos que correm não seguindo as regras de proteção individual, insistem em andar sem capacete, embriagados, bem como em alta velocidade", relatou.

Leonardo Leite explicou que muitos acidentados ficam com sequelas irreparáveis e podem até perder a vida. “Adolescentes e jovens estão ficando incapacitados para o mercado de trabalho e isso é muito grave, pois são pessoas que poderiam contribuir muito e de forma decisiva em suas funções, mas por causa de uma regra não cumprida, que muitos acham besteiras, ficam inabilitados para uma vida inteira”, frisou.

Ainda segundo a análise dos números apresentados pelo setor de estatística da instituição, os bairros onde ocorrem a maioria dos acidentes na capital paraibana são: Valentina (174), Mangabeira (167) e Centro (125). Outros locais que chamam a atenção estão localizados na BR-230 (305) e nos municípios de Santa Rita (235), Bayeux(234), Mamanguape (122) e Cabedelo (119).

A maioria dos motociclistas internados no complexo hospitalar é por causa de imprudência, muitos deles não estavam habilitados, não usavam capacete no momento do trauma e admitiram ter consumido álcool antes de conduzir a moto. Como foi o caso de Joanderson Monteiro, 21 anos, que estava com o capacete no cotovelo na hora do acidente. “Estava indo na casa da minha namorada, que ficava apenas a 3 km da minha residência e não quis colocar o capacete. Resultado, outra moto colidiu com a minha e acabei no Trauma com traumatismo craniano, se tivesse com capacete, talvez não tivesse me machucado tanto”, salientou.