Notícias

As mulheres policiais penais no universo do sistema prisional

publicado: 07/04/2021 11h32, última modificação: 07/04/2021 11h38
1 | 24
2 | 24
3 | 24
4 | 24
5 | 24
6 | 24
7 | 24
8 | 24
9 | 24
10 | 24
11 | 24
12 | 24
13 | 24
14 | 24
15 | 24
16 | 24
17 | 24
18 | 24
19 | 24
20 | 24
21 | 24
22 | 24
23 | 24
24 | 24
WhatsApp Image 2021-04-06 at 08.43.24.jpeg
foto 25.jpeg
WhatsApp Image 2021-04-06 at 08.43.25.jpeg
WhatsApp Image 2021-04-06 at 08.43.25 (1).jpeg
WhatsApp Image 2021-01-05 at 14.55.51.jpeg
WhatsApp Image 2021-04-06 at 10.09.08.jpeg
foto 28.jpg
WhatsApp Image 2021-04-06 at 10.09.06.jpeg
e0ef60a0-f0cb-4007-9dfa-6658312f23e6.jpg
alessandra.jpg
6cbfb0ec-0c8e-4e9a-ae3b-d51abd7ace9c.jpg
be6fcd69-472f-41dc-a17e-7dc98ab07f60.jpg
388c4017-b0a3-4bbd-9c62-20f249b441f9.jpg
cinthya.jpg
b7746f4f-7884-4090-b008-b306b57381a9.jpg
f04af64d-0936-4ab5-a2ce-230b87f9f8b6.jpg
deb8e9c2-ba35-45cb-982b-b4d5c36a5e9a.jpg
ea6262f9-8d2e-4eb0-a0bc-e8f91c7de391.jpg
470164c0-37d0-46aa-b5f4-b982bf57f4ab.jpg
c87a5f5a-d610-47b3-8e2d-bf5899203382.jpg
WhatsApp Image 2021-02-24 at 09.51.30 (4).jpeg
WhatsApp Image 2021-02-12 at 10.57.19.jpeg
WhatsApp Image 2021-02-12 at 10.57.15.jpeg
WhatsApp Image 2021-02-12 at 10.57.13.jpeg

A Revista Seap em Ação, 3ª edição, já disponível na versão digital, traz uma série de reportagens especiais, uma delas destaca a mulher policial penal no sistema penitenciário, um universo predominantemente masculino mas que há algumas décadas as mulheres têm conquistado espaços. Os secretários Sérgio Fonseca de Sousa (titular) e João Paulo Ferreira Barros (executivo), além do gerente executivo da Gesipe, Ronaldo Porfírio, em nome de todos os homens que integram a Seap, parabenizam o talento de cada uma das competentes policiais penais da Paraíba. Confira a notícia da revista, aqui, ilustrada com diversas fotografias.

A presença da mulher na função de agente penitenciário no sistema prisional brasileiro já tem décadas. De acordo com registros da Revista Brasileira de Execução Penal (RBEP) do Departamento Penitenciário Nacional - DEPEN, existem hoje no país cerca de 112 mil policiais penais, nesse efetivo, algumas milhares de mulheres policiais penais. Na Paraíba temos registros que as pioneiras surgiram na década de 1970. Atualmente o efetivo feminino é de 351 policiais penais, sendo 335 concursadas - a maioria com curso de nível superior e 16 pioneiras que ingressaram a partir dos anos 70.

São mulheres corajosas e que, capacitadas, ingressaram no sistema prisional, um universo predominantemente masculino. Além de exercerem com competência suas funções nas unidades prisionais são exemplos de excelentes gestoras. E ainda são esposas e mães, heroínas que vivenciam dupla jornada diária, outro plantão após o trabalho de policiais penais. Na Paraíba, diversas exercem ou já exerceram cargos de liderança como diretora de presídio ou cadeia, vice-diretora, chefe de disciplina, dentre outras funções.

As quatro unidades femininas - três penitenciárias e uma cadeia são dirigidas por mulheres, policiais penais concursadas. Elas dão o toque feminino no sistema prisional. Uma combinação do batom e a pistola.

 Cinthya Almeida dirige pela segunda oportunidade a Penitenciária de Recuperação Feminina Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa; Anairis Almeida comanda a Penitenciária Feminina de Campina Grande; Alessandra Malaquias o Presídio Regional Feminino de Patos e Paloma Correia Lima a cadeia da cidade de Cajazeiras.

  Cláudia Shymenne - A policial penal Cláudia Shymenne, educadora física até pouco tempo dirigia a unidade feminina de Patos, uma missão que exerceu por quase sete anos. Ela integra o Grupo Penitenciário de Operações Especial - Gpoe. Em 2020 obteve a nota máxima no VI CEITEP - Curso de Escoltas e Intervenção Tática em Estabelecimentos Penais, recebendo por esta colocação menção de destaque. "Bom, primeiramente sou muito orgulhosa na minha escolha como profissional na área de segurança e mais precisamente como policial penal, é de fato uma honra fazer parte do quadro operacional da Seap. São quase nove anos de Sispen e como não falar de quase sete anos como diretora do Presídio Feminino de Patos, foram anos de muito trabalho, dedicação e conquistas para aquela Unidade. Agradeço principalmente a equipe de lá, foi importantíssimo em todo esse tempo como gestora, projetos, parcerias, apoio do Judiciário e sempre andando de mãos dadas com nossa Secretaria e todos os setores, ficam aqui meus agradecimentos a todos", pontua Cláudia.

Mas Cláudia revela que faltava mais uma conquista, mais um desafio pessoal, faltava o Ceitep. "O curso para mim começou três meses antes, pois foi o período de preparação para o TAF - Teste de Aptidão Física, dentre mais de 100 inscritos, incluindo três mulheres, apenas eu me classifiquei dentre as mulheres para o curso. Foram 34 dias de sofrimento, levados ao extremo cansaço físico e mental, dores por todo corpo, fome, sede, teve um dia que acordei e pensei em desistir, mas a vontade de vencer e de orgulhar meu esposo e todos que torciam por mim foi maior, fui com intuito de fazer o meu melhor, de representar todas as mulheres do Sistema e no final veio a recompensa dos 34 dias de luta, não poderia ter sido melhor, além de  conseguir o objetivo, concluindo como a 01 da turma, um sentimento inesquecível e por fim poder dizer a todos e todas, "VENCEMOS!"

 Anairis Almeida - A policial penal, Anairis Almeida, bacharela em direito, também integra o Grupo Penitenciário de Operações Especiais - Gpoe e atualmente é diretora da Penitenciária Feminina de Campina Grande. "Sempre gostei bastante da área policial, então quando terminei a faculdade, surgiu o concurso e me submeti a ele. Quando fui aprovada, fiquei bastante feliz por estar ingressando na área de segurança pública. Durante os meus 10 anos de profissão, fiz cursos de aprimoramento e, inclusive, me submeti ao curso interno do Gpoe, grupo do qual faço parte. Apesar de sabermos que toda e qualquer profissão tem as suas áreas que precisam melhorar, posso afirmar que sou muito satisfeita com a profissão que escolhi. E tento diariamente dar o meu melhor nas atividades rotineiras da profissão. Tenho certeza que ainda irei melhorar muito, inclusive através dos cursos que vêm sendo disponibilizados pela Seap, através do investimento em capacitação continuada ofertado pela Egepen".

 Alessandra Malaquias - Ela tem licenciatura em letras, pós-graduação em língua, linguística e literatura e é diretora do Presídio Regional Feminino de Patos. Afirma que, sem dúvida alguma as mulheres são aptas a exercerem a profissão de policial penal. "No dia a dia das unidades prisionais, mostramos nossa força e capacidade para superar inúmeros desafios, comprovando que somos, indiscutivelmente, aptas para exercer uma profissão genuinamente masculina. Apesar da resistência de alguns que ainda insistem na utopia desigualdade entre gêneros, nós mulheres, policiais penais, já provamos sermos capazes de suportar a pressão profissional, logrando êxito no desempenho de nossas funções. No decorrer desses nove anos trabalhando no Sistema Penitenciário da Paraíba, aprendi a me posicionar, me impor e combater o mal da melhor forma possível, cumprindo a missão que me foi dada".

 Paloma Correia Lima - É a atual diretora da Cadeia de Cajazeiras. Tem licenciatura em história e pós-graduação em docência do ensino superior. "Fazer parte do Sispen - PB é uma grande honra, me tornei policial penal desafiando a minha realidade e hoje me sinto realizada, orgulhosa e grata em poder dizer que sou mulher, filha de mãe solteira, nascida na periferia no sertão da Paraíba e sou policial penal!".

 Representando todas as veteranas da Seap, estaremos contando um pouco da história de Luíza Maria de Araújo

Luíza ingressou no ano de 1975 e ainda em atividade. Como as demais pioneiras é exemplo de perseverança para as jovens mulheres que ingressaram em 2009 através do concurso público de 2008, aliás, o primeiro realizado em 92 anos de Seap. Ela conta que foi auxiliar de administração, concursada, até o ano de 1982, quando mudou legalmente de cargo sendo enquadrada como agente de segurança penitenciária. É funcionária daSeap há 45 anos. Por 16 anos exerceu a função de chefe do setor de pessoal, hoje subgerência de recursos humanos. Também atuou na antiga COSIPE, hoje Gesipe. Pela Seap integrou a comissão do concurso público realizado em 2008. Para finalizar os relatos dessas mulheres heroínas dentro do Sistema Prisional da Paraíba, vamos encerrar com uma das mais dinâmicas policiais penais do estado.

 Cinthya Almeida - Assim ela relata sua trajetória: "Inicialmente optei por essa profissão para ter estabilidade no serviço público. Comecei em unidades prisionais masculinas como agente penitenciária, passei pela Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão e Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes - PB1 fiquei um período como chefe de farmácia e depois vim trabalhar aqui na Penitenciária Júlia Maranhão.

Durante minha primeira passagem por aqui, nos plantões passei a ter contato direto com as internas, viver o dia a dia da penitenciária, todo o funcionamento, os procedimentos de rotina, operacionais e junto com demais colegas policiais penais vimos a necessidade de nos aprofundarmos em determinadas questões aqui dentro, a humanização no cárcere, de atender a determinadas demandas que não eram vistas, não se aprofundavam. A questão do gênero, o contato direto foi fundamental para conhecer esse ambiente e após alguns meses, retornei como diretora da unidade. Tenho plena convicção que esse olhar feminino quando da primeira passagem por aqui que norteou a minha conduta quando retornei. Percebemos que esse ambiente precisava passar por mudanças e pudemos colocar em prática nossas observações e mudamos a linha de trabalho nesse sentido. Nosso objetivo hoje é focado na necessidade da ressocialização, da reinserção, na humanização, a consciência que no cárcere a pena é privativa de liberdade e não de dignidade. Só pudemos absorver isso, vivenciando essa necessidade. Enxergamos-nos e nos sentimos inseridas, acolhidas, apesar de nossa pasta ser predominantemente masculina, as mulheres tem lugar, vez, voz e fala e atribuímos isso ao processo de aceitação, de conquista do espaço, com essa gestão nos sentimos totalmente inseridas e acredito que é um consenso entre todas minhas colegas policiais penais".

 

Assessoria de Imprensa da Seap-PB