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Estudantes da ETE participam de aula de campo e criam projeto de coleção exclusiva para fábrica têxtil
Para conhecer o processo criativo e a fabricação de produtos têxteis decorativos, os estudantes da 2ª série do curso de designer da Escola de Arte, Tecnologia e Economia Criativa Poeta Juca Pontes, em João Pessoa, visitaram nesta quarta-feira (9), a Fábrica Terra do Sol, no município de Gurinhém. A aula de campo faz parte de uma parceria entre a escola e a empresa para proporcionar aos alunos uma vivência direta com a área industrial.
A visita à fábrica vai ajudar no processo de desenvolvimento do projeto 'Escola de Arte na Terra do Sol' que consiste na produção de uma coleção de produtos decorativos com desenhos exclusivos feitos pelos alunos para a marca Terra do Sol, que faz parte do Grupo Santa Luzia, comandado pela proprietária Walleska Dantas.
Os 13 estudantes acompanharam junto ao gerente de produção, Kelson Santana, cada detalhe da fabricação de redes, mantas, capas de almofadas, conjunto para mesa posta, cortinhas, acessórios e tapetes que são produzidos no local.
Foram visitados dois galpões, o de produção dos fios e do tecido e também da parte de corte, costura e acabamento. A fábrica trabalha com quatro tipologias artesanais: o bordado, crochê, macramê e o tricô, e o projeto dos alunos da Escola de Arte está sendo enveredado pelo bordado.
"Eles já tiveram aulas de bordado e estão seguindo por essa vertente para desenvolverem a coleção e disponibilizar para a marca Terra do Sol. A visita vai ajudar nesse processo para os alunos criarem desenhos que alcance todos os modelos e sejam viáveis para produção e venda", explicou o professor Rubens Guimarães.
Além de designer, na Escola de Arte, Tecnologia e Economia Criativa, os alunos também assistem aulas de Economia Criativa, que tratam sobre o processo de produção.
A gestora da loja de fábrica das marcas Terra do Sol e Santa Luzia, Tharsiana Freitas, reafirmou a importância dos estudantes conhecerem todas as etapas da produção das peças.
"Os alunos conheceram todo o processo para que eles criem peças mais assertivas que sejam viáveis economicamente, é preciso que eles entendam que desde a criação tem que se pensar em um produto vendável”, comentou.
A estudante de designer, Maria Giovanna,15 anos, saiu com muitas idéias depois da visita e garantiu que todo aprendizado será de muita utilidade na criação do projeto.
“Saber como começa a fazer um produto é muito importante para sabermos os passos para desenvolver uma coleção, pois precisamos fazer um processo artístico viável. Vimos tudo e já estou pensando qual tipo de linha vamos trabalhar para conseguir entregar uma boa coleção”, afirmou.
O próximo passo para os estudantes é discutir junto com os professores tudo que foi visto e anotado durante a aula de campo, para iniciar a criação da coleção. Ainda será visitada a loja de fábrica das empresas, que está localizada no bairro de Manaíra, em João Pessoa.
O processo de produção
A fábrica Terra do Sol desenvolve uma coleção por ano e os desenhos escolhidos são mais clássicos, pois são pensados na permanência da coleção por mais tempo e na economia dos produtos utilizados, para evitar assim o desperdício de matéria prima.
O processo de criação dos desenhos inicia a partir de conversas entre o designer e a gestão da empresa, sempre levando em consideração o um público avo busca nas peças. Além disso, são envolvidas as tendências do mercado e as tipologias artesanais.
A partir do desenho criado passa para parte de pilotagem, que um processo de produção da peça para verificar se é viável economicamente ou se o desenho é excluído da fabricação. Os desenhos reprovados na pilotagem podem ser refeito ou readaptados.
A produção começa pelos fios de algodão natural, colorido e tingido, que são rebobinados para criar uma nova bobina de fio que varia a com espessuras a depender de cada peça que será produzida.
Os fios prontos passam pelos teares, que são máquinas artesanais como a gaiola e a urdideira que organizam os fios para a tecelagem, ou seja, fabricação dos tecidos. A fábrica também dispõe de teares semi-automáticos.
Ainda durante a tecelagem podem ser incrementados outros componentes como palha de carnaúba, sisal, fio de cobre e talo de coqueiro para desenhar detalhes.
Por último as peças seguem para o corte, costura, aplicação dos bordados, crochê, macramê ou tricô e são embaladas para a venda.