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Treze pesquisadores na PB são destaques em ranking mundial

publicado: 19/11/2020 00h00, última modificação: 19/11/2020 15h37
Cientistas que estão entre os 100 mil mais influentes do mundo são vinculados aos programas da UFPB, UFCG e UEPB

São treze os pesquisadores de universidades da Paraíba que estão entre os 100 mil cientistas mais influentes do mundo até 2019, segundo um estudo que fez a análise do ranking mundial de cientistas, publicado no Journal Plos Biology, em outubro. Esse número representa 2% dos pesquisadores integrantes da base de dados. Os pesquisadores são vinculados aos Programas de pós graduação da Universidade Federal da Paraíba, da Universidade Federal de Campina Grande e da Universidade Estadual da Paraíba.

A notícia circulou amplamente no meio acadêmico em todo o Brasil e no mundo, e na Paraíba foi veiculada em alguns portais de notícias, mas trouxe informações fragmentadas. 

A Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia (SEC&T) apurou que o portal “A Ciência que nós fazemos”, que publicou os resultados em português, filtrou os dados contabilizando pesquisadores vinculados a universidades brasileiras considerando o ranking que aponta “o impacto do pesquisador ao longo da carreira”, até 2019 (Tabela-S6-career-2019). Nesse caso, sete cientistas da Universidade Federal da Paraíba integram a listagem: Damião Pergentino de Souza (PPGNSB), Dionisio Bazeia Filho (Física), Edilson Roberto Cabral da Silva (Engenharia Mecânica), José Maria Barbosa Filho (PPGNSB), Knut BaKKe (Física/UFPB), Maria de Fátima Agra (Biotecnologia/ e Valdir Barbosa Bezerra (Física). E mais um pesquisador da Biologia, da Universidade Estadual da Paraíba, Rômulo Alves. Oito no total.

Mas a pesquisa que resultou no ranking, conduzida por uma equipe da Universidade de Stanford (EUA), liderada por John Ioannidis, apresenta resultados usando ainda o ranking que considera o impacto do pesquisador em um único ano: 2019 (Tabela-S7-singleyr-2019). Nesse ranking aparecem ainda a pesquisadora Luciana Scotti e o professor Mário César Ugulino de Araújo, na área de Química da UFPB e os professores Claudianor Oliveira Alves, da Matemática, Cursino Brandão Jacobina e Antonio Marcus Nogueira Lima, da Engenharia Elétrica, da Universidade Federal de Campina Grande. (Além de professores que apareceram em ambos os rankings).

O principal critério usado para compor os  rankings foi a partir de citações da base de dados Scopus, quando a pesquisa é citada por outro cientista. Essa base contém revistas científicas, livros e anais de conferências. Para o professor Rômulo Alves, da Universidade Estadual da Paraíba, integrar esse ranking é um reconhecimento do trabalho pela comunidade científica. “É um indicativo de que a pesquisa está gerando um impacto. Quando atuamos, esperamos que o trabalho seja reconhecido. Além disso, esperamos que alcance a sociedade propondo soluções para os problemas sociais”. Rômulo Alves investiga a relação entre animais e o homem em uma área chamada de Etnozoologia, importante para a formulação de planos de manejo de unidades de conservação, por exemplo. 

O professor Dionísio Bazeia Filho, da Física, da UFPB, ressalta os desafios do pesquisador brasileiro. “No Brasil o professor universitário que se propõe a fazer pesquisa acumula uma carga horária extensa de aulas, além de orientar trabalhos científicos, coordenar os projetos, ficar responsável pela prestação de contas para os agentes financiadores. E não vamos esquecer que esse ranking inclui o ano de 2019 quando os cortes federais no orçamento para a pesquisa e bolsas foram muito grandes. Além disso, vivemos um ambiente social de negacionismo da ciência, no qual ainda encontramos pessoas decididas a desmontar os avanços científicos que conquistamos até agora”.

Dionísio Bazeia coordena um projeto no Programa de Apoio aos Núcleos de Excelência (Pronex), que apoia “grupos organizados de pesquisadores e técnicos de alto nível”, pelo CNPq, executado em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba, a Fapesq. “É uma longa trajetória que também culminou em uma área da biofísica. Estamos usando conceitos da Física Fundamental para entender quais são as regras básicas usadas pela natureza para manter as condições de biodiversidade.” 

 

Por Márcia Dementshuk  |  Assessoria da SEC&T