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Tema da Semana Nacional de C&T inspira concurso de redação da Fapesq

publicado: 10/01/2020 11h34, última modificação: 13/01/2020 15h18
Concurso que envolverá estudantes do Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino discute perspectivas da inteligência artificial
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Ganhadores do concurso de redação da Fapesq em 2019. Foto: Daniel Medeiros/ASCOM SEECT
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Na viagem de premiação, estudantes conhecem a Usina Hidrelétrica de Sobradinho (BA). FOTO: Divulgação
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Parada na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), para uma visita a biblioteca. FOTO: Divulgação
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O tema da 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) neste ano foi comemorado pelo presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq), Roberto Germano: “Inteligência artificial: a nova fronteira da ciência brasileira”. Esta será a inspiração para o concurso de redação promovido pela Fapesq junto aos estudantes do Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino da Paraíba, que está na segunda edição. O concurso será realizado em três etapas, ao longo do ano, mas a SMNC será de 20 a 25 de outubro.

“Este tema é inerente às diretrizes alinhadas conjuntamente com a Secretaria de educação e da Ciência e Tecnologia e está alinhada ao planejamento estratégico da Fapesq”, refere-se Roberto Germano e continua: “É uma área transversal da Ciência da Computação aplicável em inúmeros segmentos da sociedade e, quando empregada de forma racional e segura, potencializa resultados, é base contundente para tomadas de decisões”.

A inteligência artificial não é um recurso atual. O desejo de dar às máquinas o poder de simular o pensamento humano é manifestado desde a invenção dos primeiro computadores eletrônicos, na década de 1940. A vantagem que levamos hoje é a ampliação da capacidade dos equipamentos para processar grande número de dados - é incomparável aos computadores de antigamente.

Quando se remete ao mundo do trabalho, os debates intensificam entre a quantidade de postos de trabalho que serão abertos em um horizonte ainda desconhecido e os que deixarão de existir, face à agilidade do computador para desempenhar funções padronizáveis. “Tudo aquilo que é feito metodicamente, dentro de padrões limitados, possíveis de serem determinados, é passível de se tornar uma atividade realizada por inteligência artificial”, explica Thaís Gaudêncio, pesquisadora do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba.

Outra polêmica tratada internacionalmente é a questão da ética. Os estudos e as experiências levaram os humanos a construírem máquinas capazes de operarem de forma autônoma, como os veículos auto-conduzíveis. Seguindo os padrões determinados pelas regras de trânsito, pelas informações para o deslocamento desejado pelo passageiro, pelos sensores que detectam obstáculos e outras engenharias, um veículo autônomo pode andar no trânsito urbano onde todos respeitem as mesmas regras - sem motorista. Mas, e no caso de ter que se evitar um acidente grave como um atropelamento: se o veículo frear e desviar, ele poderá derrapar e correr o risco de matar seu passageiro. Nessa situação, o que uma inteligência artificial decidirá fazer em fração de segundos? O que você, ser humano, faria, se estivesse na condução do veículo?

“Por isso esse é um tema muito instigante que motivará os estudantes do Ensino Médio a buscarem mais informações, se familiarizarem com a inteligência artificial. E isso é positivo, pois é uma tecnologia com a qual eles já convivem e precisam conhecer”, enfatiza Roberto Germano.

São perguntas ainda sem uma resposta definitiva reverberando na sociedade. Em determinados procedimentos a aplicação da inteligência artificial é uma incógnita porque não há referências anteriores. Os seres humanos da sociedade 4.0 estão diante de um futuro próximo imprevisível.

 

Concurso de Redação da Fapesq vai alcançar escolas de todo o estado

 

O Concurso de Redação da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia da Fapesq seguirá o tema nacional lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. A Semana é uma ação do MCTIC para promover a popularização da ciência e da tecnologia e incentiva as instituições brasileiras das mais variadas áreas a realizarem atividades que aproximem o tema da população. “Nesse sentido, o concurso de redação alcança os adolescentes e jovens estudantes e desperta o conhecimento do que é inteligência artificial. É uma oportunidade para o jovem entender que pode dirigir suas perspectivas para este campo de trabalho.

Em 2019, o Concurso de Redação da SNCT da Fapesq desenvolveu o tema “Bioconomia: Diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável”. Mais de 11 mil estudantes do Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino participaram.

O concurso se deu em três etapas: a primeira realizada na escola onde o candidato estuda, com a aplicação da redação. A segunda etapa foi a seleção da melhor redação de cada Região de Ensino. São 14 Regionais. As melhores redações selecionadas na Etapa Regional ganharam certificados e passaram para a terceira etapa, que foi a seleção dos três primeiros lugares. A premiação final e entrega de certificado foi realizada na Expotec 2019 - Feira e Congresso de Tecnologia, em João Pessoa. Os vencedores ganharam troféus e uma viagem com hospedagem para participarem da 8ª edição do Semiárido Show, evento realizado pela Embrapa em Petrolina (PE) de inovação tecnológica voltado para a agropecuária no Nordeste brasileiro.

De acordo com o Presidente da Fapesq, Roberto Germano, a mecânica do Concurso de Redação da SNCT da Fapesq deste ano seguirá uma mecânica semelhante e a premiação levará em conta a participação dos ganhadores em eventos com afinidade à área de inteligência artificial.

 

Inteligência artificial pode auxiliar na aplicação de políticas públicas

 

O Secretário Estadual da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT) Claudio Furtado informa que uma das aplicações da inteligência artificial é o levantamento de informações em tempo real. “A inteligência artificial nos oferece a possibilidade de nos mostrar dados vindos de diversas fontes e cruzá-los para uma finalidade específica. O resultado é uma amostra real, atualizada, da situação, ou da condição que está em análise. Esse procedimento nos dá um dado real e evita aquela condição do ‘eu acho que isso está acontecendo’. Possibilita o trabalho em cima de números concretos”.

De acordo com Furtado, esse processo será implementado na SEECT a partir desse ano, tendo como base a plataforma Saber, que já é utilizada por gestores e professores da rede pública. “Através da inteligência artificial será possível realizar a busca de outras informações disponíveis e publicadas em órgãos públicos como o Inep ( Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Ideb, o IBGE e outros sistemas para termos um retrato da realidade. A partir dos resultados poderemos trabalhar as política públicas com maior acerto”, explica o Secretário.