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Abertura do Ano Cultural mostra força de Zé Lins e a vida no Engenho Corredor
O gramado em volta da casa grande do Engenho Corredor, em Pilar, onde nasceu e morou José Lins do Rego, serviram de ambiente para a abertura do Ano Cultural em sua homenagem, promovido pelo Governo do Estado, com a mobilização de ações das Secretarias de Cultura e de Educação e também da Fundação Espaço Cultural (Funesc).
Sugerido pelo governador João Azevêdo, para marcar os 120 anos de nascimento do homenageado, o Ano Cultural José Lins do Rego prevê promoções que disseminem a obra do escritor paraibano, um dos mais importantes do Brasil, cujos escritos chegam a vários países.
A Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia, por exemplo, realizará o projeto Arte em Cena, que pretende mobilizar a rede escolar com temáticas que envolvem Zé Lins em diversos aspectos em em diversas linguagens – crônica, cordel, gravura.
Projeto de Inclusão Social através da Música e das Artes (Prima) terá edição especial, e ainda haverá a Festa Literária (Flirede) e concurso literário.
As ações, que destacarão os 120 anos de Zé Lins e os 90 anos das sua obra mais famosa ‘Menino de Engenho’, também contam com parcerias destinadas à divulgação e ampliação de público, como é o caso da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), que gere a Rádio Tabajara e o Jornal A União. Estes serão usados na publicização dessas ações.
Homenagem com segurança
“Uma homenagem mais do que justa a esse grande paraibano da cidade de Pilar, um dos nossos maiores romancistas, conhecido e reconhecido no Brasil e no mundo inteiro. Durante todo o ano iremos celebrar os 120 anos de nascimento do nosso escritor, com envolvimento de diversas secretarias do Governo”, disse o governador João Azevêdo, em participação remota, em vídeo, para saudar a solenidade de abertura do Ano Cultural, que foi transmitida ao vivo pelo canal da Secretaria de Educação no YouTube.
No Engenho Corredor – que foi preparado com protocolos de segurança para garantir obediências às premissas do decreto estadual que proíbem exposição coletiva por causa da pandemia do coronavírus – estiveram os secretários Cláudio Furtado (Educação, Ciência e Tecnologia) e Damião Ramos Cavalcanti (Cultura), a jornalista Naná Garcez (presidente da EPC) e o prefeito José Benício, de Pilar.
“A vida do escritor é de extrema importância para a Paraíba e para o Brasil. Teremos várias atividades e torno da sua obra, o que for necessário para que essa homenagem cumpra o papel de lembrá-lo e dar impulso à disseminação da sua obra imortal”, disse o secretário Cláudio Furtado.
O secretário da Cultura, Damião Ramos Cavalcanti, defendeu a realização de ações como esta, presencial, no Engenho Corredor, fossem mantidas no futuro como um ponto de destaque no calendário estadual de festividades. “Esse é um feito cheio de simbologia e que deveria ser fixado. Estamos no lugar e no momento que Zé Lins gostaria de estar”.
A jornalista Naná Garcez (EBC) disse que o jornal A União deve ser felicitado pelo trabalho de 120 anos de registros sobre o escritor. O jornal, lançou, uma revista especial sobre a trajetória pessoal e obra de José Lins do Rego, que foi apresentada na solenidade de abertura do Ano Cultural.
O prefeito de Pilar, José Benício, disse que as escolas municipais realizam concurso de textos na temática Zé Lins. “Isso vai estimular os jovens. Vamos colocar Pilar nessa comemoração, porque a cidade reconhece a importância do escritor e sabe que é uma oportunidade, também, de se colocar como destino cultural. As pessoas podem vir aqui vivenciar cenas e ambientes onde José Lins viveu”.
Trajetória Zé Lins
José Lins do Rego nasceu em 3 de junho de 1901, no Engenho Corredor, localizado no município de Pilar. Antes da morte da mãe, Amélia Lins Cavalcanti, ele morou no Engenho de seu pai, João do Rego Cavalcanti, o famoso Engenho Tapuá, no município de São Miguel de Taipu.
Após o falecimento de dona Amélia, Zé Lins, aos quatro anos, mudou-se para o engenho de seu avô materno. Ele permaneceu no Engenho Corredor até os 12 anos de idade. Logo depois, ele estudou no Colégio de Itabaiana, no Instituto Nossa Senhora do Carmo e no Colégio Diocesano Pio X, na então cidade da Paraíba, atual João Pessoa. Depois, estudou no Colégio Carneiro Leão e Osvaldo Cruz, em Recife. O paraibano foi um grande expoente da literatura brasileira e figura como um dos romancistas regionalistas mais prestigiados da literatura nacional.
Publicou seu primeiro livro em 1932, 'Menino de Engenho', que se tornou grande sucesso, posteriormente publicou 'Doidinho' (1933).
O escritor consagrou-se como romancista da decadência dos senhores de engenho e como mestre do regionalismo. Em 1953, publicou seu último romance: Cangaceiros.
As principais obras
- Menino de Engenho (1932)
- Doidinho (1933); Bangüê (1934)
- O Moleque Ricardo (1935)
- Usina (1936)
- Pureza (1937)
- Pedra Bonita (1938)
- Riacho Doce (1939)
- Água-mãe (1941)
- Fogo Morto (1943)
- Eurídice (1947)
- Cangaceiros (1953)
- Meus Verdes Anos (1953)
- Histórias da Velha Totonha (1936)
- Gordos e Magros (1942)
- Poesia e Vida (1945)
- Homens, Seres e Coisas (1952)
- A Casa e o Homem (1954)
- Presença do Nordeste na Literatura Brasileira (1957)
- O Vulcão e a Fonte (1958)
- Dias Idos e Vividos (1981)
(*) Fotos de Cláudia Samara e Albiege Fernandes